A Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão (COAPIMA) e a Articulação das Mulheres Indígenas do Maranhão (AMIMA), vêm a público prestar solidariedade ao Povo Guajajara da Terra Indígena Araribóia, no Maranhão, em razão das criminosas e trágicas perdas ocorridas no último sábado 03/09/2022.
Janildo Guajajara e um jovem de 14 anos, também indígena Guajajara (nome preservado em razão da idade), foram vítimas de disparo de arma de fogo na cidade de Amarante (MA), município limítrofe ao território, resultando na morte de Janildo e em graves ferimentos na região torácica do jovem de 14 anos que segue sob cuidados médicos.
Jael Carlos Guajajara foi vitimado na madrugada do dia 03/09/2022 no município de Arame, que também é limítrofe à Terra indígena Araribóia. A morte teria sido resultado de um atropelamento e os outros indígenas reivindicam o caráter doloso do incidente.
Araribóia é profunda e historicamente afetada por dinâmicas de violações e violências contra as vidas indígenas, que resultam em alarmantes quantitativos de assassinatos sem que medidas preventivas sejam devidamente adotadas pelos órgãos competentes para evitá-los.
O acesso à justiça também é comprometido pela ausência de investigações adequadas e céleres e da própria desconsideração dos contextos históricos e entrelaçados. O referido território sofre com a impunidade que assola os assassinatos e torna confortável a atuação dos criminosos.
Nesse sentindo, reafirmamos nosso total repúdio ao ocorrido e solicitamos adoção de providências pelos órgãos responsáveis. A COAPIMA e AMIMA somam-se ao Povo Guajajara para reivindicar que a justiça seja feita com a devida responsabilização dos culpados.
Fonte: Reprodução da Nota da Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão (COAPIMA) e da Articulação das Mulheres Indígenas do Maranhão (AMIMA).