O povo Avá Guarani sofreu grandes impactos com o alagamento para a construção da Hidrelétrica de Itaipu, há 40 anos atrás, isso por que os territórios ancestrais onde viviam foram alagados, e os parentes expulsos de seus territórios tradicionais. E Por isso lutam para sua história chega ao Supremo Tribunal Federal (STF) na Ação Civil Originária (ACO) 3555.
Existem 24 comunidades na região, das quais a maioria são territórios em processo de retomada e estão divididas em dois grandes territórios, que são: Terra Indígena Tekoha Guasu Guavira e Terra Indígena Tekoha Guasu Okoy Jakutinga.
A ACO 3555, foi ajuizada pelo procurador-geral da República Augusto Aras, e se trata da reparação aos danos causados nas comunidades pela Itaipu e agentes dos órgãos públicos, na região oeste do Estado Paraná.
O parente Celso Jopoty, coordenador estadual da Comissão Guarani Yvyrupá no Paraná afirma, “Nós precisamos da terra que a gente perdeu para sobrevivermos e para os nossos jovens também sobreviverem. A Itaipu tem uma dívida muito grande com a gente. A Itaipu nunca reconheceu o erro.”
Leandra Rete Lopes, coordenadora regional da CGY, lembra: “Tudo o que tinha na aldeia virou água, até o cemitério ficou pra debaixo d’água. Será que as pessoas, as autoridades não pensam na destruição? A luta dos Guarani nunca vai acabar, temos que lutar e achar mais pessoas para nos apoiar”.
Em depoimento uma anciã Avá Guarani, falecida aos 90 anos de idade, diz “Teve guerra com os índios para tirar os Guarani da terra: eu vi, eu vi! Mataram tudo! Jogavam os índios nas Cataratas, abriam a barriga com facão e jogava depois nas Catarata! Era para o corpo não boiar, pra afundar! O cacique da aldeia Guarani, Teve, e a mulher dele, foram tudo morto e jogado nas Cataratas. A Catarata é cemitério Guarani!”.
É importante que os parentes e parentas sejam ouvidos, que relatem sobre sua realidade, além de toda omissão do estado e dos governantes locais, que são aliados ao agronegócio.