Neste sábado, 04 de fevereiro, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), representada pelos coordenadores executivos Kleber Karipuna e Dinamam Tuxá, desembarcaram na capital Boa Vista com a Ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, que retorna a Roraima 15 dias após a visita ao estado.
Em agenda oficial do governo federal, as lideranças participaram de uma reunião e visita à Casa de Saúde Indígena (Casai), a qual abriga centenas de indígenas que estão sendo atendidos para cuidados em combate ao triste cenário de crise sanitária.
A Comitiva vai continuar no estado para visitar a Terra Indígena Yanomami, neste domingo, com objetivo de somar forças ao conjunto do governo para operar e monitorar as ações que vão salvar as vidas do povo Yanomami.
Os movimentos indígenas nacionais, regionais e locais denunciam há anos o genocídio contra o povo Yanomami. Foram mais de 20 denúncias para exigir providências para a garantia da vida do povo Yanomami. Todas elas foram ignoradas pelo Governo Bolsonaro e contribuíram para embasar o recente decreto assinado pelo presidente Lula, que estabelece as primeiras medidas para retirada do garimpo ilegal do território Yanomami.
A situação do povo Yanomami chegou a este estado crítico após anos de invasão do território por garimpeiros. Nos últimos quatro anos o garimpo causou cerca de 570 mortes de crianças indígenas por doenças causadas pela contaminação por mercúrio, desnutrição e fome entre 2019 e 2022. Quase cem crianças de um a quatro anos morreram em 2022, de acordo com o levantamento do Ministério dos Povos Indígenas. Já foram confirmados 22 mil casos de malária no Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami, distribuídos entre 37 Polos Base. As faixas etárias mais afetadas estão entre maiores de 50 anos, de 18 a 49 anos e 5 a 11 anos. Tamanha tragédia comprova o projeto de extermínio conduzido pelo bolsonarismo, que visava destruir o povo indígena para entregar totalmente o território nas mãos da ganância do garimpo.