A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou na última terça-feira (2) uma nota técnica apontando que em todo o país, pela primeira vez, se agravaram simultaneamente o  crescimento de números de casos de óbitos, manutenção de níveis altos de incidência de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), alta positividade de testes e sobrecarga nos hospitais públicos brasileiros.

Segundo o Observatório Covid-19 Fiocruz  são 19 estados da Federação, com ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos superiores a 80%, incluído todos da região Norte e do Sul. No boletim anterior, divulgado dia 22 de fevereiro, eram 12. Este crescimento rápido a partir de janeiro, de acordo com a investigação, é o pior cenário em relação às taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos em vários estados e capitais, que concentram a maior parte dos recursos de saúde e as maiores pressões populacionais e sanitárias que envolvem suas regiões metropolitanas. 

Ocupação de UTIs pelo Brasil em 1° de março segundo o Boletim do Observatório Fiocruz Covid-19. — Foto: Reprodução

“Nas últimas semanas foram registradas as maiores médias de óbitos por semana epidemiológica e nos dias 13 e 28 de fevereiro pela primeira vez tivemos mais de 1.200 óbitos registrados em um único dia. Na última semana epidemiológica (21 a 27 de fevereiro) foram registrados uma média 54.000 casos e 1.200 óbitos diários por Covid-19” –  Boletim do Observatório Fiocruz Covid-19. 

Taxas de ocupação nas capitais

Entre as 27 capitais do país, há 20 com taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos de 80% ou mais:

  • Porto Velho (100%)
  • Rio Branco (93%)
  • Manaus (92%)
  • Boa Vista (82%)
  • Belém (84%)
  • Palmas (85%)
  • São Luís (91%)
  • Teresina (94%)
  • Fortaleza (92%)
  • Natal (94%)
  • João Pessoa (87%)
  • Salvador (83%)
  • Rio de Janeiro (88%)
  • Curitiba (95%)
  • Florianópolis (98%)
  • Porto Alegre (80%)
  • Campo Grande (93%)
  • Cuiabá (85%)
  • Goiânia (95%)
  • Brasília (91%)

Além disso, cinco capitais estão com taxas superiores a 70%:

  • Macapá (72%)
  • Recife (73%)
  • Belo Horizonte (75%)
  • Vitória (75%)
  • São Paulo (76%)

A nota técnica aponta recomendações para que o país saia dessa situação crítica, sendo o uso de máscaras, higienização e distanciamento social como medidas pessoais a serem cumpridas, a redução drástica da circulação nas cidades e fechamento de atividades não essenciais e ainda campanhas de conscientização sobre a vacina.