Nesta sexta-feira (30/4), a Polícia Federal intimou a liderança indígena Sonia Guajajara, uma das coordenadoras executivas Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) para depor em um inquérito por críticas feita ao governo federal na websérie “Maracá”: Emergência Indígena, (http://bit.ly/SerieMaraca), que denuncia violações de direitos cometidas contra os povos indígenas no contexto da pandemia da Covid-19. Denúncias essas que já foram reconhecidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) através da ADPF 709.

“A perseguição desse governo é inaceitável e absurda! Eles não nos calarão!”, afirma Guajajara, em post publicado no Twitter. O inquérito foi instaurado a pedido da Fundação Nacional do Índio (Funai), que acusa a liderança e ativista indígena de difamar o Governo Federal na websérie lançada em agosto de 2020 pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). A Funai tem a missão institucional de proteger e promover os direitos dos povos do Brasil.

Formada em Letras e em Enfermagem, especialista em Educação Especial pela Universidade Estadual do Maranhão, Sonia Guajajara tem voz no Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), levando denúncias às Conferências Mundiais do Clima (COP) e ao Parlamento Europeu. Ela também foi pré-candidata a vice-presidente da república na chapa com Guilherme Boulos, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, sendo a primeira pré-candidata de origem indígena à presidência da república.

O CBDDH se solidariza com Sonia Guajajara e Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, e reitera sua preocupação com a perseguição contra defensoras/es de direitos humanos no Brasil, tal como pelo tratamento dado pelo Estado Brasileiro na proteção destes.