07/nov/2017
Carta Circular nº 001/COIAB/SE/2017
Manaus (AM), 30 de outubro de 2017.
Aos Senhores caciques, líderes, representantes das organizações indígenas de base da COIAB, instituições públicas, instituições parceiras, apoiadores e a todos os interessados.
Prezados, ao cumprimentá-los, informamos que se realizou a XI ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA ELETIVA DA COIAB no período de 28 a 30 de agosto de 2017, na Terra Indígena Alto Rio Guamá- PA. O movimento indígena amazônico elegeu a coordenação executiva que tem 04 (quatro) anos de exercício no período de 30 de agosto de 2017 a 30 de agosto de 2021 em suas respectivas funções, informamos, a saber:
Coordenadora Geral – Sra. Francinara Soares Martins – povo Baré (AM)
Contatos: (92) 98115-5984 / (92) 99337-3762
email:[email protected]
Skype: yandara.bare
Vice Coordenador – Sr. Mário Nicácio – Povo Wapichana ( RR)
Contatos: (95) 99161-7831/
Email: [email protected]
Skype: Mario Nicacio
Coordenadora Tesoureira – Sra. Angela Amanakwa Kaxuyana – povo Kahyana e Katxuyana (PA)
Contatos: (091) 989051324/ (091) 993483065
email: [email protected]
Skype: amanakwa.kaxuyana
Coordenador Secretário – Sr. Josimar Calixto Sitibro Xerente- povo Xerente (TO)
Contatos: (063)992259970
email: [email protected]
Skype: sitbro xerente
Informamos ainda que para facilitar e garantir o acompanhamento de toda coordenação executiva da COIAB, os assuntos institucionais ou quaisquer deliberação, informação e contatos da COIAB quando for por e-mail devem ser feitas pelo [email protected] mesmo quando direcionado aos coordenadores, e tão logo os e-mails institucionais dos coordenadores serão informados.
06/nov/2017
Aty Guasu Guarani Kaiowá e Conselho Terena, ambas organizações indígenas de Mato Grosso do Sul, publicaram carta conjunta denunciando os conselheiros do Condisi/MS. Segundo a carta, parte significativa dos conselheiros estariam deixando de exercer a função constitucional de controle social da saúde indígena para defender interesses particulares. “ Nos parece que, esses conselheiros, esqueceram quem são seus verdadeiros patrões e por isso estão servindo às instancias privadas, ao sucateamento de nossas estruturas de saúde e às políticas entreguistas e de terceirização que o governo golpista vem pautando. Vemos vocês cada vez mais reféns dos recursos da Missão Kaiowá, defendendo-a para garantir seus cargos e suas diárias, ela banca cada reunião do CONDISI e determina para onde gira a roda do controle social”, afirma a carta.
As organizações informaram ainda que irão acionar a Procuradoria Geral da República para que investigue o caso.
Confira a íntegra da carta:
CARTA CONJUNTA DO CONSELHO DA ATY GUASU E DO CONSELHO TERENA SOBRE O CONDISI – MS.
Enquanto movimento indígena organizado no MS, representados pelas instancias legitimas de nossos povos – Conselho da Aty Guasu e Conselho do Povo Terena –perguntamos a vocês algumas questões: Mas afinal, quem são seus chefes? Quem são seus patrões? Para que e para quem tem servido suas vagas de Conselheiros? De que lado vocês realmente estão?
Se estas perguntas fossem feitas para nós, lideranças de nossos Conselhos, responderíamos de maneira muito simples, direta e sincera:
Nosso grande “chefe” e nosso grande “patrão” sempre será em primeiro lugar Itukó’Oviti (Terena) Ñanderu (Guarani-Kaiowá). Abaixo de nosso criador nossos grandes “chefes” e “patrões” são nossos anciões, nossos rezadores e nossas comunidades. É para nosso povo e em nome dele que trabalhamos. É pensando no futuro de nossas crianças e de nossa tradição que colocamos a disposição todo nosso suor e todo nosso sangue. Por séculos temos lutado, e em nossa luta não encontramos riquezas na forma de diárias, benefícios e prestigio junto ao Estado nem numa vida confortável comprada com dinheiro do branco. Em nossa trajetória, encontramos coisa maior, encontramos a riqueza de ver no rosto de nosso povo a esperança de um amanhã ainda possível e o sonho de liberdade ainda vivo na defesa de nossos direitos e de nossos territórios.
Nós que escrevemos esta carta fomos responsáveis diretamente pela conquista das melhorias da saúde indígena, pela criação da SESAI, pelo empoderamento de nossos irmãos indígenas em sua autodeterminação nas políticas de saúde e pela garantia das instâncias de controle social, entre outras da criação do próprio CONDISI. Por este motivo não podemos abrir mão de que esta importante ferramenta deixe de estar nas mãos do povo e servindo a ele para facilitar as táticas e vontades daqueles que sempre se postaram como nossos inimigos, em especial políticos ruralistas e chefes de Estado.
Em nossas aldeias, nosso povo sofre sem atendimento mínimo. Crianças e idosos tem morrido pelo desleixo criminoso da SESAI. Um sofrimento que poderia ser evitado se os órgãos de saúde estivessem minimamente interessados em atender as comunidades. Frente a esta realidade quando olhamos para a atuação deste CONDISI, ausente das bases, calado frente a tantas injustiças, é que nós fazemos esta pergunta: Mas afinal, para quem estão servindo, grande parte destes conselheiros?
Atualmente nos parece que, esses conselheiros, esqueceram quem são seus verdadeiros patrões e por isso estão servindo às instancias privadas, ao sucateamento de nossas estruturas de saúde e às políticas entreguistas e de terceirização que o governo golpista vem pautando. Vemos vocês cada vez mais reféns dos recursos da Missão Kaiowá, defendendo-a para garantir seus cargos e suas diárias, ela banca cada reunião do CONDISI e determina para onde gira a roda do controle social, todavia, essa não é a função de vocês, vocês são o controle que a comunidade exerce junto ao órgão público e devem agir de forma independente e autônoma. Vemos vocês subjugados a coordenação de uma SESAI inoperante e inexistente que tem em seu comando capangas ao invés de gestores. Vemos vocês subjugados aos interesses de políticos e ruralistas ou calados frente a estes.Vemos vocês cada vez mais em reuniões e fóruns do Estado e dialogando cada vez mais com os senhores do capital, enquanto isso, cada vez menos presentes em nossas comunidades e sem praticamente nenhum dialogo com nossas bases. Vemos vocês buscando legitimar fóruns que criminalizam a luta histórica de nosso povo, em nome dos inimigos ruralistas que aparelham este Estado em busca de continuar usufruindo de nossas terras originárias.
Já é tempo, frente a uma conjuntura como esta, extremamente violenta contra nossos povos, do CONDISI voltar a fazer o papel do CONDISI. De voltar a entender que vocês trabalham para o POVO e que seus objetivos como conselheiros não são nem a busca de recursos e nem bolsos cheios de dinheiro privado. O Dever de vocês é ao lado de nossas comunidades, junto a elas, garantindo seus direitos.
Se entendem isso, seremos parceiros e seguiremos juntos nesta luta, contem conosco. Mas se não entendem, se essa parte corrompida do CONDISI, principalmente seu presidente que vem se pronunciando de forma irregular (conforme recomendação do MPFMS de 2015, em nome do pleno) se vocês ainda possuem dúvidas sobre o papel de vocês e a quem a sua missão pertence, então teremos que denunciá-los e combatê-los junto com seus patrões.
Mato Grosso do Sul, 05 de novembro de 2017.
Conselho Aty Guasu
Conselho do Povo Terena
03/nov/2017
(Via Survival Brasil)

Indígenas brasileiros protestam na Europa pelos seus direitos Foto: Survival
A Survival International está pedindo que os líderes mundiais reconheçam o papel crucial que os povos indígenas possuem na preservação do meio ambiente, nas vésperas da conferência COP 23 em Bonn, na Alemanha.
A conferência, que será realizada entre 6 e 17 de novembro, ocorre em seguimento às discussões sobre mudanças climáticas em Paris em 2015, e trará representantes governamentais e ativistas do mundo inteiro, incluindo indígenas, para discutir temas relacionados ao meio ambiente.
A Survival lidera o apelo global por um modelo de conservação do meio ambiente que respeite os direitos dos povos indígenas. Isso tem sido crescentemente reconhecido por autoridades internacionais, como a Relatora Especial da ONU sobre os direitos dos povos indígenas, Victoria Tauli-Corpuz.

Imagens de satélite mostram que grandes áreas da Amazônia são protegidas por territórios indígenas. © Google Earth
Davi Kopenawa, um xamã Yanomami conhecido como “Dalai Lama da Floresta,” disse: “As chuvas chegam tarde. O sol age estranho. O mundo está doente. Os pulmões do céu estão poluídos. Nós sabemos que está acontecendo. Vocês não podem continuar destruindo a natureza.”
Evidências demonstram que territórios indígenas são as melhores barreiras ao desflorestamento. Medidas para uma proteção efetiva das terras e o reconhecimento dos direitos territoriais indígenas protegem vastas áreas de floresta, ajudando na proteção da biodiversidade e reduzindo os níveis globais de CO2.
Mas, apesar disso, algumas das grandes organizações de conservação estão fazendo parcerias com indústrias e turismo e destruindo os melhores aliados do meio ambiente. O Fundo Mundial para a Natureza (WWF) e a Wildlife Conservation Society (WCS) fizeram parcerias com empresas madeireiras na Bacia do Congo, nenhuma das quais extrai madeira de forma sustentável, e ambas contribuíram para graves violações de povos indígenas como os Baka e Bayaka.

Os Guardiões Guajajara são um grupo de indígenas na Amazônia maranhense que protegem sua floresta e os indígenas isolados que nela vivem.
© Survival
Apesar de alguns líderes indígenas como Sonia Guajajara estarem presentes nas discussões, as vozes dos povos indígenas não estarão no cerne da conferência. Isso ocorre apesar de os povos indígenas serem os melhores conservacionistas e guardiões do mundo natural, os quais deveriam estar liderando o movimento ambiental.
O diretor da Survival International, Stephen Corry, disse: “É perigoso colocar os indígenas de lado nas discussões de como melhor proteger o nosso planeta. Eles têm um conhecimento muito mais extenso de como cuidar do ambiente e é um grande risco ignorá-lo. Por décadas, a sociedade industrializada devastou o planeta e destruiu povos indígenas no caminho. Está na hora de começar a ouvir-los antes que seja tarde demais.”
02/nov/2017

Foto: Guardiões da Floresta
ATIVIDADES PRINCIPAIS
Após a chegada a Berlim, os Guardiões da Floresta realizaram uma conferência de imprensa onde estudos científicos foram revelados que analisam o papel das comunidades indígenas na proteção das florestas e na luta contra as mudanças climáticas. Ao mesmo tempo, uma delegação reuniu-se com o Embaixador do Reino Unido na Alemanha para discutir os objetivos dos Guardiões da Floresta durante a COP 23. Todos foram então ao portão de Brandemburgo, onde tomaram uma ação simbólica contra a criminalização das comunidades indígenas e tribais. defensores ambientais. No final do dia, eles foram ao Museu de História Natural em Berlim e apresentaram suas histórias de vida, lições aprendidas e desafios aos decisores e membros da sociedade civil.

Foto: Guardiões da Floresta

Foto: Guardiões da Floresta

Foto: Guardiões da Floresta
DESTAQUES
Durante a conferência de imprensa realizada em Berlim, pesquisadores de diferentes centros de investigação apresentaram evidências científicas que apoiam os pedidos dos Guardiões da Floresta e demonstram, entre outros, o papel fundamental desempenhado pelas florestas na gestão das emissões de CO2. e a mitigação das mudanças climáticas, o potencial da ligação das comunidades indígenas e locais em projetos de cooperação internacional para conservação ambiental e as baixas taxas de desmatamento em territórios controlados pelas comunidades indígenas e locais na Amazônia.
29/out/2017
ATIVIDADES PRINCIPAIS
No seu último dia na Holanda, os Guardiões da Floresta visitaram a Campanha para Combater as Mudanças Climáticas -klimaatweekend-, onde se conheceram e trocaram histórias com ativistas de diferentes partes da Europa e do mundo, que estão trabalhando na proteção do meio ambiente . A discussão centrou-se no potencial para construir alianças e redes internacionais para combater as mudanças climáticas.

Foto: Guardiões da Floresta
DESTAQUES
Durante as sessões e painéis, as delegações da AMPB, AMAN e COICA falaram sobre suas histórias pessoais crescendo nas florestas e as conquistas e desafios das comunidades indígenas. Mais tarde, eles trabalharam em grupos temáticos onde discutiram tópicos como a prevenção da destruição da biodiversidade marinha, a preservação da identidade e tradições indígenas em tempos de mudança e os esquemas de gestão florestal comunitária.

Foto: Guardiões da Floresta

Foto: Guardiões da Floresta

Foto: Guardiões da Floresta

Foto: Guardiões da Floresta

Foto: Guardiões da Floresta

Foto: Guardiões da Floresta

Foto: Guardiões da Floresta

Foto: Guardiões da Floresta
29/out/2017
ATIVIDADES PRINCIPAIS
Os guardiões da Floresta chegaram a Amsterdã. Após a sua chegada, realizaram uma série de reuniões preparatórias e depois participaram em um Café Político com membros de empresas, decisores e ONGs. O debate centrou-se em três temas principais: direitos territoriais e consentimento livre, prévio e informado, a criminalização e as soluções Indígenas para Mudanças Climáticas.

Foto: Guardiões da Floresta

Foto: Guardiões da Floresta

Foto: Guardiões da Floresta

Foto: Guardiões da Floresta
DESTAQUES
Durante o Café Político, uma representante da delegação da Indonésia, Mama Do, apresentou a declaração dos Guardiões da Floresta à Suzanne Kroger do Partido Verde da Holanda. A Kroger, por sua vez, comprometeu-se a levar as propostas e preocupações da delegação às discussões no Parlamento.
Veja como foram os dias anteriores
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26/out/2017
Na próxima semana, 23 a 27 de outubro, a comunidade indígena Willimon, região das Serras, Terra Indígena Raposa Serra do Sol receberá o IX Encontro Estadual dos Operadores Indígenas em Direito. Esta edição, trás como tema “construir, exercer e fortalecer os direitos dos povos indígenas de Roraima”.
O Encontro, fruto do projeto “Operadores Indígenas em Direitos”, nasceu no ano 2001, como atividade do departamento Jurídico do Conselho Indígena de Roraima (CIR) para auxiliar as comunidades indígenas a denunciarem as violações de seus direitos. Ao longo desses anos, o encontro se efetivou com a realização de vários cursos e discussão de diversos temas sobre direitos indígenas, cuja finalidade também de fortalecer a cidadania indígena e defesa dos direitos indígenas.
Participam do encontro aproximadamente 150 operadores indígenas em direitos, de várias regiões do estado de Roraima que se reúnem mais uma vez para debater, propor e deliberar estratégias de enfrentamento as violações dos direitos indígenas já conquistados e garantidos na Constituição Federal Brasileira de 1988. A realização do evento é do Conselho Indígena de Roraima (CIR) por meio do departamento Jurídico, com o apoio da Fundação Ford, Associação Bem-Te-Vi, Universidade Federal de Roraima (UFRR), Fundação Nacional do Índio (FUNAI), Distrito Sanitário Especial Indígena do Leste de Roraima (DSEI Leste/RR) e demais parcerias.
Para os três dias foi montada uma programação com painéis, mesa redonda, trabalho de grupo (GTs) e outras dinâmicas previstas para aprofundar as discussões. Entre os temas, os operadores indígenas vão discutir sobre: o papel das instituições públicas na defesa e proteção dos direitos indígenas – direito à terra; consulta, segurança e o sistema jurídico próprio; o direito de consulta e os povos indígenas; povos indígenas na construção de políticas públicas; direitos sociais e a cidadania indígena; violência doméstica e familiar; e outros.
Na ocasião também haverá discussão sobre o tema sistema jurídico interno das comunidades indígenas e o reconhecimento pelo judiciário. Como experiência pioneira no Brasil, terá a exposição do painel “As experiência dos conciliadores indígenas”, pelos próprios conciliadores indígenas diplomados em agosto de 2016 pelo presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e Supremo Tribunal Federal (STF), Ministro Ricardo Lewandowsk.
Outra experiência que tem sido um dos instrumentos de fortalecimento da autonomia das comunidades indígenas vem da construção dos regimentos internos (protocolos, normas, leis), em estágio avançado em Roraima, onde várias comunidades indígenas já tiveram a iniciativa de buscar orientação para a elaboração dos seus regimentos. A comunidade indígena do Pium, região da Serra da Lua, Terra Indígena Manoá-Pium, é a primeira comunidade que ao longo dos três anos de construção, conseguiu aprovar no ano passado o seu regimento interno, assim como também já iniciou o processo de tradução para a língua Wapichana, língua tradicional da comunidade indígena.
Para os debates foram convidados representantes das organizações indígenas, instituições públicas, como Ministério Público Federal (MPF), Fundação Nacional do Índio (FUNAI), Distrito Sanitário Especial Indígena do Leste de Roraima (DSEI-Leste/RR), Universidade Federal de Roraima (UFRR) e outras instituições públicas do Estado.
O IX Encontro é realizado em um momento bastante crítico da luta dos povos indígenas do Brasil, da incessante afronta do Governo brasileiro de tentar retroceder direitos constitucionais garantidos através de propostas de leis inconstitucionais que ainda tramitam no legislativo, projeto de mineração e construção de hidrelétricas, a Proposta de Emenda à Constituição 215(PEC/215), e o mais recente e grave, o Parecer 001/AGU, aprovado pelo Presidente da República, Michel Temer, no dia 20 de julho desse ano, cuja finalidade a paralisação dos processos de demarcação de terras indígenas no Brasil, assim como a anulação de demarcações já realizadas.
Por outro lado, o Encontro também acontece como forma de fortalecer a luta, a união e a resistência dos povos indígenas de Roraima, da Amazônia e do Brasil, a continuarem na defesa e proteção da mãe terra e mãe natureza. No encerramento será elaborada a Carta de Willimon destinada às autoridades públicas.
26/out/2017
PRINCIPAIS ATIVIDADES
Os Guardiões Florestais chegaram a Paris, onde se encontraram com o Vice-Presidente da Assembleia Nacional da França e o Vice-Presidente da Comissão de Desenvolvimento Sustentável. Durante esta reunião, os delegados da turnê apresentaram suas expectativas, preocupações e contribuições para a COP23. A delegação então se encontrou com membros da sociedade civil para discutir os impactos das mudanças climáticas em suas comunidades e como eles estão contribuindo para mitigar. No final do dia, representantes da COICA, AMAN, APIB e AMPB se encontraram com Nicolás Hulot, Ministro do Meio Ambiente e Sustentabilidade da França.

Foto: Guardiões da Floresta

Foto: Guardiões da Floresta

Foto: Guardiões da Floresta
DESTAQUES
Durante a reunião com o Vice-Presidente da Assembleia Nacional da França, Jocelyn Therese, delegada da COICA e nacional da Guiana Francesa teve a oportunidade de apresentar e discutir temas urgentes, como a falta de reconhecimento de sua comunidade e a proliferação de projetos de mineração, que ameaçam sua sobrevivência e bem-estar.
A próxima atividade é em Amsterdam
Veja como foram os dias anteriores:
9º dia
8º dia
26/out/2017
“ Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) voltou a pedir que se reconheça e adote os Direitos da Mãe Terra considerando os direitos originários dos povos indígenas. Não é possível existir florestas se não tiver Demarcação Já! ”
Especialistas em clima se reuniram com lideranças indígenas dos países da América Latina e Indonésia em Londres para chamar a atenção para os efeitos das mudanças climáticas e a necessidade de se investir adequadamente respeitando os direitos da Mãe Terra e os povos originários que habitam seus territórios tradicionais. Com o prazo do Acordo de Paris previsto para atingir os objetivos climáticos, os cientistas lançam evidências em Londres que mostra necessidade urgente de proteger florestas; garantir os direitos dos povos indígenas é fundamental para frear o desmatamento.
Conferência de imprensa em Londres (24 de outubro de 2017)
Em uma conferência de imprensa na Royal Society, Londres, lideranças indígenas afirmaram que os investimentos em florestas estão muito aquém do que é necessário para reduzir o desmatamento tropical, citando o primeiro estudo a contar o estado global das finanças florestais. De todos os investimentos comprometidos por países desenvolvidos e instituições multilaterais desde 2010 para reduzir as emissões de mudanças climáticas em todo o mundo, apenas 2% dos US $ 167 bilhões – US $ 3,6 bilhões – foram dedicados a reduzir o desmatamento tropical, de acordo com o novo relatório, sempre para contar o estado global das finanças florestais.

Foto: Guardiões da Floresta

Foto: Guardiões da Floresta
Confira fala de Sonia Guajajara no Royal Society, Londres, representando a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – APIB
“Nós Povos indígenas somos os guardiões dos bosques, das águas, dos mares dos rios e do ar. Se existe floresta em pé hoje ainda é porque ainda existimos. Estamos sendo brutalmente atacados pelas forças e ganância do agronegócio e do modelo de desenvolvimento econômico que foi inventando aqui no Reino Unido. Vocês precisam entender que se não há florestas não há economia que resista. A violência que tentou nos extinguir, pelo crime de genocídio, nós resistimos. A violência que tentou destruir nossa cultura, nossa forma de viver, nosso sentido de existência, nós enfrentamos o etnocídio. Desviamos das balas dos pistoleiros, e mantemos a nossa cultura com a força dos espíritos. Mas querem destruir a vida toda que nos cerca, a vida com a qual convivemos e nos permite viver: o crime de ecocídio deve ser previsto em lei, e seus autores devem ser punidos. E tudo isso tem a ver com a sua forma de consumo. A carne que você come na sua casa vem dos conflitos e assassinatos contra nosso povo; a ração do seu cachorro vem da soja produzida com agrotóxico nos Territórios indígenas, o delicioso chocolate tem sabor de sangue porque custam vidas nos confrontos nas fazendas de cacau.
Não falamos mais só da violência contra humanos, o genocídio e o etnocídio. Mas também a violência contra a vida de outras espécies que fazem possível a nossa vida existir, a violência contra os ambientes que impedem a vida de quem convive com esse ambiente. A destruição do rio Doce não foi um acidente. Foi um crime, e não foi o único: o crime de ecocídio, o crime de matar toda a vida e a possibilidade da vida. A Terra Indígena Pankararu e Entre Serras está do Povo Pankararu em Pernambuco está em grave conflito com pessoas que indevidamente ocupam seu Território em descumprimento à decisão judicial o que tem colocado em riso a vida dos indígenas. Neste fim de semana um jovem e uma criança Pataxó na Bahia foram mortos e um baleado em conflito pela disputa de Terra. A Terra Indígena Jaraguá do povo Guarani teve sua demarcação anulada pelo presidente Temer. A atual destruição do planeta nos remete a brutal destruição da humanidade que chocou o mundo depois da segunda guerra mundial. Para combater tudo isso é preciso que a comunidade europeia e as instâncias internacionais:
1 reconheçam e adote os Direitos da Mãe Terra considerando os Direitos originários dos povos indígenas. Não é possível existir florestas se não tiver Demarcação Já!!
2 Embargos econômicos às empresas que produzem produtos que acabam com o Meio ambiente e com as nossas vidas;
3 Reconhecimento do crime de ecocídio. Aquele que desmatar, poluir Rios, lagos mares e oceanos, construir hidrelétricas sem consentimento vendida como energia limpa, práticas de incêndios florestais, devem ser punidos por crimes contra a humanidade”.
Evidências científicas mostram que proteger e melhorar as florestas pode fornecer até 30% da mitigação da mudança climática necessária para atingir os objetivos do Acordo de Paris. O estudo também informou que investidores, governos e doadores investiram 39 vezes mais dinheiro para promover o agronegócio e o desenvolvimento intensivo em terra do que para reduzir o desmatamento das florestas que coletivamente retém e removem mais de 40% das emissões de carbono produzidas pelo homem.
Poucas semanas antes do início da conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas em novembro, pesquisadores do clima se juntaram a delegação de líderes indígenas e locais das florestas da América Latina e da Indonésia. “E nós somos os que estão sendo assassinados por proteger nossas florestas. Então, se você quiser parar essa devastação, você precisa investir em nós e proteger nossos direitos. A mãe de todas as batalhas está acontecendo na floresta tropical. E a vítima é Mãe Terra – sua mãe e a minha” afirmaram as lideranças indígenas.
Um relatório de 2016 da Iniciativa de Direitos e Recursos (RRI), Woods Hole Research Center (WHRC) e o Word Resources Center revelaram que os povos indígenas e as comunidades locais administram pelo menos 54,546 milhões de toneladas métricas de carbono (Mt C) nas florestas tropicais que eles vivem em todo o mundo, ou quase abaixo de um quarto do carbono total encontrado acima do solo nos trópicos globais.
24/out/2017

Foto: Guardiões da Floresta
ATIVIDADES PRINCIPAIS
Os Guardiões da Floresta começaram seu dia com uma conferência de imprensa na Sociedade Real de Londres, onde falaram sobre os desafios que enfrentam nas suas comunidades e denunciaram a criminalização de defensores ambientais. Após a conferência de imprensa, a delegação foi à Praça do Parlamento para protestar contra a criminalização. O grupo foi acompanhado por grupos de londrinos que os apoiaram para pedir acesso à terra, justiça, proteção e uma parada para a criminalização. À tarde, a delegação foi convidada afim de trocar pontos de vista com os participantes na reunião de alto nível da Unidade Internacional de Sustentabilidade da Fundação Príncipe de Gales.

Foto: Guardiões da Floresta

Foto: Guardiões da Floresta
DESTAQUES
Durante a conferência de imprensa da Royal Society, os Guardiões da Floresta teve a oportunidade de compartir suas preocupações sobre a alta quantidade de assassinatos de defensores ambientais. A delegação da Mesoamérica apresentou um vídeo sobre a importância desse tema durante o tour. Por sua vez, os delegados da Indonésia tiraram fotos de alguns dos líderes que foram assassinados ou aprisionados. Finalmente, a delegação do Brasil pediu um minuto de silêncio em nome dos membros da sua comunidade que morreram na defesa das florestas.

Foto: Guardiões da Floresta

Foto: Guardiões da Floresta

Foto: Guardiões da Floresta

Foto: Guardiões da Floresta
A próxima parada da tour agora é em Paris
Veja como foi o 8º dia da Tour