Nos últimos dois dias, mais três indígenas morreram por Covid-19, em Manaus, (AM) e as primeiras confirmações de indígenas contaminados no sudeste do País foram registradas. Os casos suspeitos já chegaram em todas as regiões do Brasil. A falta de testes rápidos e a inexistência de um plano do Governo Federal para proteção aos povos ancestrais amplia a cada dia o risco de um novo genocídio.

Adenilson Menandes dos Santos, 77, faleceu no dia 20/04, e seu irmão Antônio Menandes, 72, morreu ontem, 21/04, por Covid-19. Eles eram do povo Apurinã e viviam em Manaus, cidade com o maior número de indígenas contaminados hoje. Antônio Frazão dos Santos, 61, do povo Kokama, também morreu ontem, 21/04, em Manaus, e é o décimo indígena que perde a vida para a doença. Mas os registros do Governo Federal contabilizam apenas 4 indígenas mortos até o momento. Isto acontece porque a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), segue sem fazer o atendimento e o registro dos indígenas não aldeados. Uma ação de racismo institucional que invisibiliza as vidas indígenas.

A epidemia causada pelo Coronavírus está aumentando a cada dia no Brasil e ontem, 22/04, uma mulher do povo Tupinikin, 64, foi a primeira indígena a testar positivo na região Sudeste. Ela vive na aldeia Pau Brasil, localizada no município de Aracruz, (ES), onde existem outros seis casos suspeitos. Hoje, 22/04, um indígena do povo Guarani Mbya, da Terra Indígena Jaraguá, na capital paulista, também foi confirmado com a doença.

Na nossa história, muitos povos foram dizimados pela livre circulação de doenças, como na época da invasão portuguesa ou durante a ditadura militar, quando muitas pestes foram usadas como armas biológicas para nos exterminar. Agora, em meio a uma pandemia global e diante de um governo omisso em relação à proteção dos povos indígenas, não nos calaremos ante as ameaças que a Covid 19 representa para nossa sobrevivência.

Acompanhe a luta dos povos indígenas para enfrentar a pandemia. Acesse: quarentenaindigena.info