Conversa Pública: Índios x Temer

Conversa Pública: Índios x Temer

O jornalista e antropólogo Spensy Pimentel entrevista as lideranças indígenas Sonia Guajajara, Renata Machado, da Rádio Yandê e o antropólogo Rubens Thomaz de Almeida. Eles vão conversar sobre o que está em jogo para os povos indígenas depois de o Presidente Michel Temer ter tomado as rédeas do país.

Recentemente, um parecer da AGU (Advocacia-Geral da União) assinado por Temer determina que povos indígenas que não ocupavam suas terras originárias em 1988 não têm direito a reivindicá-las. Com a decisão, o número de terras que podem ser demarcadas diminui.

Lideranças indígenas e antropólogos  se reúnem na Casa Pública para discutir como essa e outras medidas tomadas pelo governo Temer tem impactado os direitos das populações tradicionais no Brasil.

(( Sobre os convidados))

Sobre Sônia Bone Guajajara
Nascida em uma aldeia do povo Guajajara – Tentehar no Maranhão, Sônia Bone hoje está à frente da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil –APIB, onde exerce a função de coordenadora-executiva. Graduada em letras e pós-graduada em Educação Especial pela Universidade Estadual do Maranhão.

Sobre Renata Machado
Renata Machado é indígena da etnia Tupinambá, jornalista, roteirista e produtora. Trabalha a comunicação voltada para as etnomídias, descolonização dos meios de comunicação e fortalecimento das narrativas indígenas. Ela é uma das idealizadoras e coordenadoras da Rádio Yandê, primeira web rádio indígena brasileira.

Sobre Rubem Thomaz de Almeida
Graduado em Ciências Sociais (USP) e mestre em Antropologia Social (Museu Nacional -UFRJ). Acompanha os Kaiowa e os ava-guarani no Paraguai Oriental, Sul do Mato Grosso do Sul e Oeste do Paraná desde 1973, em pesquisas e programas de “antropologia da ação”. Especializado na questão fundiária dessa população. Diversos títulos publicados dentro e fora do país.

Sobre Spensy Pimentel 
Spensy Pimentel é antropólogo e jornalista, formado pela USP, com histórico de trabalho junto aos povos indígenas, particularmente os Guarani. Hoje, é professor na Universidade Federal do Sul da Bahia e atua no audiovisual, em parceria com a documentarista Joana Moncau.

Aula Magistral sobre Direitos originários, violações e resistência indígena

Aula Magistral sobre Direitos originários, violações e resistência indígena

No próximo dia 11 de setembro acontece na Universidade Federal do Reconcavo da Bahia – UFRB – a Aula Magistral: Direitos originários, violações e resistência indígena, com Luiz Henrique Eloy Terena, advogado da APIB e doutorando no Museu nacional, para o encerramento do semestre dos componentes “descolonização do conhecimento: universidade, sociedade e ambiente” e “meio ambiente, saúde e saneamento”.
A aula acontece no Centro de Ciências da Saúde da UFRB em Santo Antônio de Jesus, organizado pelo Grupo de Pesquisas em Gênero, Raça e Saúde (NEGRAS) e Ambientes Indisciplinados, com apoio do Encontro Nacional de Estudantes Indígenas (V ENEI)

Convocatória – Mobilização Nacional no aniversário de 10 anos da Declaração da ONU sobre os direitos dos povos indígenas

Convocatória – Mobilização Nacional no aniversário de 10 anos da Declaração da ONU sobre os direitos dos povos indígenas

NO ANIVERSÁRIO DA DECLARAÇÃO DA ONU SOBRE OS DIREITOS DOS POVOS INDÍGENAS 13 de setembro 

MOBILIZAÇÃO NACIONAL – CONTRA O PARECER 01/17 DA AGU E MEDIDAS ANULATÓRIAS E DE PARALISAÇÃO DA DEMARCAÇÃO DE TERRAS INDÍGENAS

No dia 13 de setembro de 2007 a Assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou a Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas, depois de mais de 22 anos de negociações entre os representantes dos Estados e dirigentes dos povos indígenas do mundo. O instrumento, assinado pelo Brasil, avançou no reconhecimento dos direitos indígenas, reiterando ou aprimorando princípios estabelecidos pela Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), introduzida no ordenamento jurídico nacional a partir de 2004, que reconhecem o direito à diferença – a condição de povos -; o direito à terra, território e bens naturais; à autodeterminação; ao direito consuetudinário e às culturas e crenças próprias dos povos indígenas. A ONU reafirma o caráter multiétnico e pluricultural dos Estados e os direitos consagrados na Constituição Federal brasileira de 1988, que posteriormente foram incorporados em outros instrumentos e mecanismos nacionais e internacionais como a Declaração Americana sobre os Direitos dos povos indígenas aprovada em 14 de junho de 2016 pela Organização dos Estados Americanos, da qual o Brasil faz parte.

Não obstante esses avanços na legislação nacional e internacional, é estarrecedor observar hoje a política de total regressão e supressão de direitos fundamentais adotada pelo governo ilegítimo de Michel Temer e seus comparsas instalados no Parlamento e em outras instâncias de poder, com o propósito de expulsar os povos indígenas de seus territórios e disponibilizar esses territórios e dos bens naturais à voracidade da grilagem e do agronegócio, dos empreendimentos de infraestrutura (hidrelétricas, linhas de transmissão, portos, hidrovias e estradas) e da exploração das riquezas do solo e subsolo (biodiversidade, água doce, mineiros, recursos madeireiros etc,) em mãos de empresas privadas e corporações internacionais.

Dentre tantas medidas de supressão de direitos – administrativas, jurídicas e legislativas -, destaca-se o inconstitucional, ilegítimo e imoral Parecer 01/17, da Advocacia Geral da União (AGU) que o presidente golpista Michel Temer aprovou e mandou publicar no Diário Oficial da União e que obriga a administração pública federal a aplicar a todas as terras indígenas do país as condicionantes que o Supremo Tribunal Federal (STF) estabeleceu, em 2009, quando reconheceu a constitucionalidade da demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. O poder executivo adotou esta estratégia apesar de que os ministros da suprema corte já se manifestaram sobre a não vinculação daquelas condicionantes a outros processos de demarcação. Temer quer na verdade institucionalizar a tese do “marco temporal” que retira direito às terras e ao usufruto exclusivo dos povos e comunidades que não estivessem nelas em 5 de outubro de 1988, data de promulgação da Constituição Federal. Legitima, assim, a remoção forçada praticada em vários casos pela ditadura militar.

O outro absurdo cometido pelo governo golpista foi a publicação, por meio de seu Ministro da Justiça Torquato Jardin, da também inconstitucional Portaria No. 683 de 15 de agosto de 2017, que anula a tradicionalidade – o direito de posse permanente do povo Guarani Mbyá – declarada pela Portaria 581 em 2015 sobre uma extensão de 532 hectares. A Portaria 683, confina mais de 700 guarani a apenas 1,7 hectare de terra, contrariando a lógica da progressividade do direito, os princípios basilares do direito originário e o entendimento recente da Suprema Corte sobre a ocupação tradicional dos territórios indígenas. A medida constitui um grave precedente e demonstra a disposição do governo Temer de rever todos os processos de demarcação de Terras Indígenas, para atender a sua base de sustentação, principalmente a bancada ruralista no Congresso Nacional e governos estaduais.

Diante deste cenário, e no contexto do 10º. Aniversário da Declaração da ONU sobre os Direitos dos Povos Indígenas, que acontece no dia 13 de setembro, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) chama a todas as suas bases: povos, comunidades, organizações e lideranças indígenas, a se mobilizarem nos seus territórios, nesse 13 de setembro, à frente de escritórios da AGU ou espaços públicos que permitam visibilidade, contra as medidas anti-indígenas do governo de Michel Temer e pela revogação imediata do Parecer 01/2017 da AGU e da Portaria n° 683, bem como pela continuidade do processo de demarcação da Terra Indígena Jaraguá e de outras tantas terras indígenas do Brasil.

NENHUM PASSO ATRÁS! A NOSSA HISTÓRIA NÃO COMEÇA EM 1988!

Brasília – DF, 25 de agosto de 2017.

Repúdio contra indicações político partidárias no comando das DISEI no Brasil

Repúdio contra indicações político partidárias no comando das DISEI no Brasil

Os povos e organizações indígenas do território indígena do Xingu – TIX – enviaram cartas de repúdio ao Governo Federal mediante mudanças nas coordenações das DISEI – Distrito Sanitários Especiais Indígenas – por motivos politico partidários. No Mato Grosso, uma das coordenadoras que foi amplamente solicitada pelos povos por ser de origem indígena foi exonerada do cargo na DISEI Xingu. Isso desrespeita o direito de consulta aos povos, garantido pela Convenção 169 da OIT, e são decisões arbitrárias e antidemocráticas.

Na semana passada, lideranças estiveram em Brasília em reunião com presidente da FUNAI e secretário da SESAI e pediram a revogação da portaria, e até hoje não foram atendidos.

Leia as cartas enviadas pelos povos  Carta ATIX nº 030 – 2017 e  Carta ATIX nº 029 – 2017

O Jaraguá é Guarani! Contra o Marco Temporal e a revogação de demarcações!!!

O Jaraguá é Guarani! Contra o Marco Temporal e a revogação de demarcações!!!

A Comissão Guarani Yvyrupa – CGY, conjuntamente com a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – APIB, convoca a todos os povos indígenas e apoiadores para se somarem em um ato coletivo em defesa da demarcação das terras indígenas e contra o marco temporal no próximo dia 30/08, quarta-feira, às 17h no MASP, Av. Paulista, São Paulo/SP.

No dia 21/08, o Ministro da Justiça Torquato Jardim publicou portaria cancelando a declaração da Terra Indígena Jaraguá, de ocupação tradicional do povo guarani-mbya.

Essa medida inédita e inconstitucional é um movimento claro do Governo Temer no sentido de iniciar uma avalanche de atos para cancelar demarcações já realizadas. Mesmo após o STF, por 8 X 0, ter reafirmado o carater originário e imprescritível dos direitos indígenas sobre suas terras, Temer ainda mantém um parecer que tenta obrigar todos os órgãos federais a aplicar indistintamente a tese do marco temporal e os condicionantes que contrariam a Constituição!

Com esse ataque direto aos parentes guarani do Jaraguá, que vivem confinados em uma área de 1,7 hectare, o Governo Temer mostra claramente que sua intenção é a de cancelar por qualquer meio os processos de demarcação já aprovados pela União.
Se o Governo Temer conseguir cancelar a demarcação da Terra Indígena Jaraguá, fruto de décadas de luta do povo guarani, certamente irá atacar outros processos e tentar derrubá-los um a um para satisfazer a voracidade dos grandes latifundiários e demais negociadores do meio ambiente.

A todos que puderem se somar junto, os parentes guarani estarão mobilizados em São Paulo, na Av. Paulista (MASP), no dia 30/08, à partir das 17h. Confirme presença http://bit.ly/2vcULl5

Aos parentes que não puderem estar em São Paulo pedimos apoio para que façam também atos nas suas regiões também no mesmo dia 30/08 para: exigir do Presidente Temer a revogação do parecer no 001/2017/GAB/CGU/AGU, exigir do Ministro da Justiça a revogação da Portaria no 683 que anula a declaração da TI Jaraguá, e mostrar a todos que o Jaraguá é Guarani!

Aguyjevete pra quem luta!

Comissão Guarani Yvyrupa – CGY
Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – APIB

Nota de falecimento

Nota de falecimento

A Articulação dos Povos Povos Indígenas do Brasil – APIB lamenta profundamente o falecimento no último domingo, 20/08, do professor e líder indígena Rivelino Pereira de Souza, do povo Macuxi, e manifesta aos familiares, ao seu povo e demais povos indígenas de Roraima suas condolências por esta irreparável perda.

Rivelino, quando assumiu o cargo de coordenador-geral de Políticas Esportivas Indígenas (COPE)
na Secretaria Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social (SNELIS) DO Ministério do Esporte, entre 2012 e 2015 impulsionou várias atividades, sendo a última o I Fórum Nacional de Esporte e Lazer para Povos Indígenas, na busca da construção de uma Política de Esporte e Lazer que beneficiasse a todos os povos indígenas do Brasil. Nesse período, Rivelino jamais esqueceu de suas origens e de sua identificação intrínseca com o movimento indígena, local, regional e nacional.

Que o exemplo do líder Rivelino, inspire e fortaleça as lutas dos povos e organizações indígenas do Brasil, contra o cenário de regressão e supressão de seus direitos originários pautados hoje pelo governo de turno e a bancada ruralistas no Congresso Nacional.

Frente a novas violações de direitos indígenas, entidades da sociedade civil brasileira acionam ONU

Frente a novas violações de direitos indígenas, entidades da sociedade civil brasileira acionam ONU

Em resistência aos ataques, representantes indígenas de todas as regiões do país se preparam para uma série de atividades ao logo do mês

Na semana de celebração do Dia Internacional dos Povos Indígenas, a Plataforma Dhesca, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Abip), a Rede de Cooperação Amazônica (RCA) e a FIAN Brasil, ao lado de outras entidades da sociedade civil brasileira, enviaram novo informe à relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre direitos dos povos indígenas, à Comissão Interamericana de Direitos Humanos e ao Alto Comissariado das Nações Unidas para reportar os últimos atos do governo Temer em relação à violação dos direitos dos povos indígenas do Brasil.

A ideia é fornecer às instâncias internacionais elementos para que estas cobrem do governo brasileiro o devido cumprimento de seus compromissos, considerando especialmente que, neste ano, o Brasil passou a compor o Conselho de Direitos Humanos na ONU. Em setembro, o país deve se manifestar no organismo internacional sobre as mais de 240 recomendações feitas pelos demais países no âmbito da Revisão Periódica Universal (RPU) acerca da situação dos direitos humanos no Brasil, inclusive sobre a situação dos direitos indígenas.

“Após mais de um ano da visita da relatora especial da ONU para direitos dos povos indígenas ao Brasil, não houve nenhum progresso por parte do governo. Ataques violentos contra comunidades indígenas continuam a acontecer”, afirmam as entidades no comunicado. Elas apontam, ainda, que os poucos compromissos assumidos pelo atual governo frente à ONU, como o fortalecimento da Funai, foram ignorados e abandonados, e denunciam o impacto das recentes medidas provisórias sobre as terras indígenas e seus recursos naturais.

Essas medidas são vistas como moeda de troca para a permanência de Temer na Presidência da República e reduziram programas de Reforma Agrária, diminuíram unidades de conservação, abriram caminho para a grilagem de terras e alteraram regras de mineração, além de um sistema agroalimentar ainda mais focado no modelo do agronegócio. “O agronegócio não se sacia e avança sobre as terras indígenas, de quilombolas, das demais comunidades tradicionais e dos camponeses em geral. O resultado disso é o flagrante e quotidiano desrespeito à legislação brasileira e aos tratados internacionais de direitos humanos no Brasil”, reforça Cléber Buzato, do Conselho Indigenista Missionário (CIMI).

Paralisações à vista

As organizações também denunciam o parecer da Advocacia Geral da União (AGU) chancelado pelo presidente Michel Temer no último dia 19 de julho que tenta, sem legitimidade nem lastro jurídico, acabar com a demarcação de terras indígenas no país e com o direito de consulta livre, prévia e informada. A medida obriga os órgãos do governo federal a adotarem genericamente, a partir de agora, 19 condicionantes estabelecidas pelo STF no caso da demarcação da terra indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, para quaisquer casos no país. De acordo com a AGU, a decisão poderá paralisar mais de 700 processos que estão em andamento.

Na leitura das entidades, o parecer viola vários direitos protegidos pela Constituição Federal e pelo Direito Internacional dos Direitos Humanos. “Esse parecer tenta legitimar violações com relação ao direito à terra, porque impede a realização de demarcações; viola o direito de consulta, porque ele estabelece restrições que não estão previstas em nenhuma legislação internacional ao direito de consulta e consentimento dos povos com relação a medidas que afetem suas vidas. Também infringe o direito à organização social, direitos culturais e até mesmo direito à identidade, porque tenta tratar os povos indígenas como se vivessem uma única realidade que pudesse ser normatizada a partir de um caso concreto, que é o caso Raposa, negando-lhes o acesso à Justiça. Trata-se de um ato discriminatório que consolida uma posição de negação do acesso a medidas reparatórias para os povos indígenas”, afirma Erika Yamada, relatora de direitos humanos dos povos indígenas da Plataforma Dhesca. “O Brasil está indo na contramão da orientação geral e do compromisso assumido frente a outros países em relação à reparação e ao reconhecimento a violações cometidas contra os povos indígenas”, finaliza.

Segundo Luiz Henrique Eloy, advogado indígena da Apib, o parecer incorre flagrantemente na hipótese de desvio de finalidade, porque foi assinado e publicado pelo presidente Michel Temer em 20 de julho de 201, no contexto da votação de crime de responsabilidade em razão de denúncia criminal pela Procuradoria Geral da República. “Nesta esteira, objetivando manter e ampliar sua base de apoio entre os partidos, o presidente Michel Temer, segundo notícias amplamente divulgadas na mídia nacional e internacional, teria se reunido com deputados e até mesmo liberou verbas parlamentares, as quais estão na esfera de articulação”, denuncia.

O comunicado também apresenta sugestões de medidas a serem tomadas pelo governo brasileiro, como o fortalecimento de programas de defensores de direitos humanos, o restabelecimento de canais democráticos de diálogo entre governo e povos indígenas no lugar de ações militares, a revogação de atos administrativos que violam os direitos dos indígenas e a garantia do acesso à justiça para esses povos.

Agosto de resistência

Em 16 de agosto, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgará três ações que podem ser decisivas para os povos indígenas no Brasil. As decisões dos ministros sobre o Parque Indígena do Xingu (MT), a Terra Indígena Ventarra (RS) e terras indígenas dos povos Nambikwara e Pareci poderão gerar consequências para as demarcações em todo o país.

Em resistência a todos esses ataques, além do envio do informe à ONU, representantes indígenas de todas as regiões do país se preparam para uma série de atividades ao logo do mês, que poderão ser acompanhadas nos sites e redes sociais das entidades.

Confira os informes enviados para a ONU e OEA sobre os ataques aos direitos dos povos indígenas

(+) Informe para a ONU e CIDH sobre a situação indígena no Brasil (português)
(+) APIB Report Indigenous situation Brazil (english)
(+) Annex Report ONU CIDH FINAL 2017

Convocatória: No Dia Internacional dos Povos Indígenas, participe da mobilização em defesa dos direitos originários

Convocatória: No Dia Internacional dos Povos Indígenas, participe da mobilização em defesa dos direitos originários

CONVOCATÓRIA

No Dia Internacional dos Povos Indígenas, 09 de Agosto

Luta pelos direitos originário

Pela defesa do direito tradicional sobre os territórios indígenas

No dia 23 de dezembro de 1994, através da resolução 49/214 a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO institui o Dia Internacional dos Povos Indígenas, que foi comemorado pela primeira vez em 9 de agosto de 1995, marcando por sua vez o início da primeira Década Internacional dos  Povos Indígenas (1995 a 2004), re-editada em 2007, quando ao mesmo tempo foi aprovada pela ONU a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas.

Esses avanços no direito internacional, normalmente remetem à adequação das políticas e legislações nacionais, visando a proteção e promoção dos direitos fundamentais dos povos indígenas, da sua cultura e das suas contribuições culturais e sabedorias milenares à diversidade das civilizações do mundo.

Em função desse horizonte, a Declaração da ONU avançou no reconhecimento dos direitos dos povos indígenas: a suas terras, territórios e bens naturais; à autodeterminação; ao autogoverno; ao direito consuetudinário (organização social regida pelas suas lei internas); à utilização, educação e divulgação dos seus idiomas próprios; ao direito de exercer suas crenças espirituais com liberdade; e à preservação de sua identidade, integridade física e cultural.

O Brasil, signatário desses mecanismos e instrumentos internacionais, porém, tem caminhado na contramão, especialmente no atual governo golpista. No âmbito do poder executivo houve a determinação de não demarcar mais terras indígenas. Terras homologadas não foram registradas; processos sem empecilhos jurídicos prontos, terras com portarias declaratórias, não foram homologadas; lista de terras que preencheram o processo administrativo voltaram para a Funai para novas diligencias. O Ministério da Justiça cria grupo de trabalho para tratar da integração social ou da organização social dos povos indígenas, espantoso retrocesso; a Funai é tomada pela bancada ruralista, com a apropriação de cargos de confiança por pessoas afins aos interesses do agronegócio, ao plano de sucateamento total do órgão e coniventes com a paralisação total das demarcações das terras indígenas. E o presidente de fato, de Michel Temer, referenda um parecer da Advocacia Geral da União (AGU) que obriga a todos os órgãos do Executivo a aplicar a tese do “marco temporal” e a vedação à revisão dos limites de terras já demarcadas, tentando ainda com isso influenciar ou pautar os votos dos ministros do STF.

O poder legislativo, tomado por representantes de diversas bancadas do poder econômico – agronegócio, mineração, empreiteiras, indústria armamentista, corporações internacionais, igrejas evangélicas fundamentalistas etc.) continua pautando e aprovando emendas e projetos de lei que atentam contra os direitos territoriais, de povos indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais e assentados da reforma agrária.

O poder judiciário, principalmente o Supremo Tribunal Federal (STF) está prestes a decidir o destino dos quilombolas e povos indígenas, ao julgar no dia 16 de agosto a legalidade da titulação dos territórios quilombolas e a nulidade ou não de títulos incidentes em terras indígenas, implicando na aprovação ou não da tese do marco temporal, tese político-jurídica inconstitucional, segundo a qual os povos indígenas só teriam direito às terras que estavam sob sua posse em 5 e outubro de 1988.

Por todas essas ameaças, a APIB convoca as suas bases, organizações, associações locais e comunidades a se mobilizarem neste 09 de agosto  contra a tese do “marco temporal”,.

Considerando o clima de incertezas e visando a sensibilização dos ministros da Suprema Corte, a recomendação é desenvolver nesse dia 9 de agosto – Dia Internacional dos Povos Indígenas – ações carregadas de força espiritual, cerimônias e rituais indígenas na frente de instâncias judiciárias do país (tribunais regionais, foros etc); não havendo, à frente de prefeituras ou em praças públicas ou outros espaços que permitam visibilidade à temática  dos direitos indígenas e à posição contrária à tese do marco temporal.

 

POR UM BRASIL REALMENTE DEMOCRÁTICO E PLURAL

NENHUM DIREITO A MENOS

A NOSSA HISTÓRIA NÃO COMEÇA EM 1988

NÃO AO MARCO TEMPORAL

Use as hashtags #MarcoTemporalNão e #NossoDireitoÉOriginário quando for postar imagens das mobilizações do dia 09 de agosto nas redes sociais! Queremos reunir as imagens dos atos em um mapa do Brasil.

Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – APIB

Mobilização Nacional Indígena

Terceira edição do boletim Seu Direito é Nossa Pauta

Terceira edição do boletim Seu Direito é Nossa Pauta

 

#SeuDireitoÉNossaPauta

Esta é a recebendo a terceira edição do “Seu Direito É Nossa Pauta”, um boletim de áudio da Articulação do Povos Indígenas do Brasil (Apib) e Fian Brasil.

Em cinco programas, vamos falar sobre o marco temporal: uma ameaça que viola os direitos de todos os povos indígenas no Brasil. Hoje, vamos conhecer a história de luta e resistência do povo Terena.

Ouça os outros programas no link: https://goo.gl/q6CKNx