Confira as atividades do 11º dia da tour dos Guardiões da Floresta

Confira as atividades do 11º dia da tour dos Guardiões da Floresta

ATIVIDADES PRINCIPAIS

Os guardiões da Floresta chegaram a Amsterdã. Após a sua chegada, realizaram uma série de reuniões preparatórias e depois participaram em um Café Político com membros de empresas, decisores e ONGs. O debate centrou-se em três temas principais: direitos territoriais e consentimento livre, prévio e informado, a criminalização e as soluções Indígenas para Mudanças Climáticas.

Foto: Guardiões da Floresta

Foto: Guardiões da Floresta

Foto: Guardiões da Floresta

Foto: Guardiões da Floresta

 

DESTAQUES

Durante o Café Político, uma representante da delegação da Indonésia, Mama Do, apresentou a declaração dos Guardiões da Floresta à Suzanne Kroger do Partido Verde da Holanda. A Kroger, por sua vez, comprometeu-se a levar as propostas e preocupações da delegação às discussões no Parlamento.

Veja como foram os dias anteriores

10º dia 

9º dia

8º dia

 

Confira as atividades do 10º dia da tour dos Guardiões da Floresta

Confira as atividades do 10º dia da tour dos Guardiões da Floresta

PRINCIPAIS ATIVIDADES

Os Guardiões Florestais chegaram a Paris, onde se encontraram com o Vice-Presidente da Assembleia Nacional da França e o Vice-Presidente da Comissão de Desenvolvimento Sustentável. Durante esta reunião, os delegados da turnê apresentaram suas expectativas, preocupações e contribuições para a COP23. A delegação então se encontrou com membros da sociedade civil para discutir os impactos das mudanças climáticas em suas comunidades e como eles estão contribuindo para mitigar. No final do dia, representantes da COICA, AMAN, APIB e AMPB se encontraram com Nicolás Hulot, Ministro do Meio Ambiente e Sustentabilidade da França.

Foto: Guardiões da Floresta

 

Foto: Guardiões da Floresta

 

Foto: Guardiões da Floresta

 

DESTAQUES

Durante a reunião com o Vice-Presidente da Assembleia Nacional da França, Jocelyn Therese, delegada da COICA e nacional da Guiana Francesa teve a oportunidade de apresentar e discutir temas urgentes, como a falta de reconhecimento de sua comunidade e a proliferação de projetos de mineração, que ameaçam sua sobrevivência e bem-estar.

A próxima atividade é em Amsterdam

Veja como foram os dias anteriores:

9º dia

8º dia

 

 

Em Londres, lideranças indígenas do Brasil pedem respeito aos direitos da Mãe Terra

Em Londres, lideranças indígenas do Brasil pedem respeito aos direitos da Mãe Terra

“ Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) voltou a pedir que se reconheça e adote os Direitos da Mãe Terra considerando os direitos originários dos povos indígenas. Não é possível existir florestas se não tiver Demarcação Já! ”

Especialistas em clima se reuniram com lideranças indígenas dos países da América Latina e Indonésia em Londres para chamar a atenção para os efeitos das mudanças climáticas e a necessidade de se investir adequadamente respeitando os direitos da Mãe Terra e os povos originários que habitam seus territórios tradicionais. Com o prazo do Acordo de Paris previsto para atingir os objetivos climáticos, os cientistas lançam evidências em Londres que mostra necessidade urgente de proteger florestas; garantir os direitos dos povos indígenas é fundamental para frear o desmatamento.

Conferência de imprensa em Londres (24 de outubro de 2017)

Em uma conferência de imprensa na Royal Society, Londres, lideranças indígenas afirmaram que os investimentos em florestas estão muito aquém do que é necessário para reduzir o desmatamento tropical, citando o primeiro estudo a contar o estado global das finanças florestais. De todos os investimentos comprometidos por países desenvolvidos e instituições multilaterais desde 2010 para reduzir as emissões de mudanças climáticas em todo o mundo, apenas 2% dos US $ 167 bilhões – US $ 3,6 bilhões – foram dedicados a reduzir o desmatamento tropical, de acordo com o novo relatório, sempre para contar o estado global das finanças florestais.

Foto: Guardiões da Floresta

Foto: Guardiões da Floresta

Confira fala de Sonia Guajajara no Royal Society, Londres, representando a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – APIB

“Nós Povos indígenas somos os guardiões dos bosques, das águas, dos mares dos rios e do ar. Se existe floresta em pé hoje ainda é porque ainda existimos. Estamos sendo brutalmente atacados pelas forças e ganância do agronegócio e do modelo de desenvolvimento econômico que foi inventando aqui no Reino Unido. Vocês precisam entender que se não há florestas não há economia que resista. A violência que tentou nos extinguir, pelo crime de genocídio, nós resistimos. A violência que tentou destruir nossa cultura, nossa forma de viver, nosso sentido de existência, nós enfrentamos o etnocídio. Desviamos das balas dos pistoleiros, e mantemos a nossa cultura com a força dos espíritos. Mas querem destruir a vida toda que nos cerca, a vida com a qual convivemos e nos permite viver: o crime de ecocídio deve ser previsto em lei, e seus autores devem ser punidos. E tudo isso tem a ver com a sua forma de consumo. A carne que você come na sua casa vem dos conflitos e assassinatos contra nosso povo; a ração do seu cachorro vem da soja produzida com agrotóxico nos Territórios indígenas, o delicioso chocolate tem sabor de sangue porque custam vidas nos confrontos nas fazendas de cacau.

Não falamos mais só da violência contra humanos, o genocídio e o etnocídio. Mas também a violência contra a vida de outras espécies que fazem possível a nossa vida existir, a violência contra os ambientes que impedem a vida de quem convive com esse ambiente. A destruição do rio Doce não foi um acidente. Foi um crime, e não foi o único: o crime de ecocídio, o crime de matar toda a vida e a possibilidade da vida. A Terra Indígena Pankararu e Entre Serras está do Povo Pankararu em Pernambuco está em grave conflito com pessoas que indevidamente ocupam seu Território em descumprimento à decisão judicial o que tem colocado em riso a vida dos indígenas. Neste fim de semana um jovem e uma criança Pataxó na Bahia foram mortos e um baleado em conflito pela disputa de Terra. A Terra Indígena Jaraguá do povo Guarani teve sua demarcação anulada pelo presidente Temer. A atual destruição do planeta nos remete a brutal destruição da humanidade que chocou o mundo depois da segunda guerra mundial. Para combater tudo isso é preciso que a comunidade europeia e as instâncias internacionais:

 1 reconheçam e adote os Direitos da Mãe Terra considerando os Direitos originários dos povos indígenas. Não é possível existir florestas se não tiver Demarcação Já!!

2 Embargos econômicos às empresas que produzem produtos   que acabam com o Meio ambiente e com as nossas vidas;

3 Reconhecimento do crime de ecocídio. Aquele que desmatar, poluir Rios, lagos mares e oceanos, construir hidrelétricas sem consentimento vendida como energia limpa, práticas de incêndios florestais, devem ser punidos por crimes contra a humanidade”.

Evidências científicas mostram que proteger e melhorar as florestas pode fornecer até 30% da mitigação da mudança climática necessária para atingir os objetivos do Acordo de Paris. O estudo também informou que investidores, governos e doadores investiram 39 vezes mais dinheiro para promover o agronegócio e o desenvolvimento intensivo em terra do que para reduzir o desmatamento das florestas que coletivamente retém e removem mais de 40% das emissões de carbono produzidas pelo homem.

Poucas semanas antes do início da conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas em novembro, pesquisadores do clima se juntaram a delegação de líderes indígenas e locais das florestas da América Latina e da Indonésia. “E nós somos os que estão sendo assassinados por proteger nossas florestas. Então, se você quiser parar essa devastação, você precisa investir em nós e proteger nossos direitos. A mãe de todas as batalhas está acontecendo na floresta tropical. E a vítima é Mãe Terra – sua mãe e a minha” afirmaram as lideranças indígenas.

Um relatório de 2016 da Iniciativa de Direitos e Recursos (RRI), Woods Hole Research Center (WHRC) e o Word Resources Center revelaram que os povos indígenas e as comunidades locais administram pelo menos 54,546 milhões de toneladas métricas de carbono (Mt C) nas florestas tropicais que eles vivem em todo o mundo, ou quase abaixo de um quarto do carbono total encontrado acima do solo nos trópicos globais.

Confira as atividades do 9º dia da tour dos Guardiões da Floresta

Confira as atividades do 9º dia da tour dos Guardiões da Floresta

Foto: Guardiões da Floresta

ATIVIDADES PRINCIPAIS

Os Guardiões da Floresta começaram seu dia com uma conferência de imprensa na Sociedade Real de Londres, onde falaram sobre os desafios que enfrentam nas suas comunidades e denunciaram a criminalização de defensores ambientais. Após a conferência de imprensa, a delegação foi à Praça do Parlamento para protestar contra a criminalização. O grupo foi acompanhado por grupos de londrinos que os apoiaram para pedir acesso à terra, justiça, proteção e uma parada para a criminalização. À tarde, a delegação foi convidada afim de trocar pontos de vista com os participantes na reunião de alto nível da Unidade Internacional de Sustentabilidade da Fundação Príncipe de Gales.

Foto: Guardiões da Floresta

Foto: Guardiões da Floresta

DESTAQUES

Durante a conferência de imprensa da Royal Society, os Guardiões da Floresta teve a oportunidade de compartir suas preocupações sobre a alta quantidade de assassinatos de defensores ambientais. A delegação da Mesoamérica apresentou um vídeo sobre a importância desse tema durante o tour. Por sua vez,  os delegados da Indonésia tiraram fotos de alguns dos líderes que foram assassinados ou aprisionados. Finalmente, a delegação do Brasil pediu um minuto de silêncio em nome dos membros da sua comunidade que morreram na defesa das florestas.

Foto: Guardiões da Floresta

Foto: Guardiões da Floresta

Foto: Guardiões da Floresta

Foto: Guardiões da Floresta

 

A próxima parada da tour agora é em Paris

Veja como foi o 8º dia da Tour

 

Confira as atividades do 8º dia da tour dos Guardiões da Floresta

Confira as atividades do 8º dia da tour dos Guardiões da Floresta

ATIVIDADES PRINCIPAIS

Ao chegar a Londres, os Guardiões foram recebidos por Anistia Internacional (Amnesty International UK). Na sede, reuniram para uma série de seminários para enfatizar a importância da oralidade indígenas através das suas histórias, a fim de  levar uma mensagem às pessoas. Logo após, reuniram com a equipe da Anistia no intuito de promover uma campanhas de direitos humanos, bem como, traçar  estratégias com representantes de Rights and Resources Initiative (RRI) para apresentar dados e pesquisas já realizados. Por fim, também participaram de uma sessão voltadas a  perguntas/respostas com estudantes dos Estados Unidos e Canadá.

Foto: Guardiões da Floresta

Foto: Guardiões da Floresta

Foto: Guardiões da Floresta

Foto: Guardiões da Floresta

Foto: Guardiões da Floresta

DESTAQUES

Quando foi perguntado sobre as maneiras específicas em que a gente que não vive da/na floresta pode apoiar os Guardiões da Floresta, falaram de conscientização sobre o consumo. Insistiram a importância de termos o cuidado ao comprar produtos como soja, madeira e óleo de empresas que obtêm esses bens primárias de forma desumana, causando danos irreparáveis às  comunidades indígenas.

Coiab e APIB participam de audiência na Comissão Interamericana de Direitos Humanos

Coiab e APIB participam de audiência na Comissão Interamericana de Direitos Humanos

Por: Délio Firmo Alves
Fotos e Colaboração: Angela Kaxyuana

Hoje (23/10) a COIAB e APIB participam em Montevidéu, Uruguai, de Audiências Públicas realizadas na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). A CIDH é um órgão principal e autônomo da Organização dos Estados Americanos (OEA) encarregado da promoção e proteção dos direitos humanos no continente americano.

Representantes dos povos indígenas do Brasil participaram até agora de duas audiências. A primeira foi na Audiência: situação dos povos em isolamento voluntário e contato inicial na Amazônia e o Chaco.

“As situações de alta vulnerabilidade destes povos são em larga medida um dado estrutural. Mas sob o atual governo, a própria política indigenista tem sido conduzida pelos setores mais contrários aos direitos dos povos indígenas. O agronegócio, a grilagem, a mineração, empreendimentos de infraestrutura, ilícitos, além do proselitismo religioso são ameaças reais à sobrevivência desses povos”, afirmou Francinara Baré, durante a audiência.

Foi solicitado pelos representantes indígenas brasileiros: vedar cortes e o contingenciamento de recursos destinados às ações de proteção e promoção dos direitos dos povos isolados e de recente contato.

Garantir os recursos financeiros e humanos necessários para a implementação de planos de contingência e o adequado manejo de situações de contato, de surtos e epidemias; Publicar, por meio da Secretaria Especial de Saúde Indígena e da Fundação Nacional do Índio, Portaria Conjunta que defina os princípios, diretrizes e estratégias para a atenção à saúde dos povos isolados e de recente contato; Reativar em caráter de urgência as Bases de Proteção Etnoambiental nas áreas onde pesam denúncias de genocídio, a exemplo da base Jandiatuba na TI Vale do Javari e Serra da Estrutura na TI Yanomami; Concluir os processos de regularização fundiária das terras indígenas com presença confirmada de povos indígenas isolados.

Participaram desta audiência representantes indígenas do Peru, Colômbia, Brasil, Equador, Paraguai e Bolívia.

Situação dos direitos humanos dos Povos Indígenas no Brasil, foi a segunda audiência com representação indígena.

Durante a audiência Angela Kaxyuana disse que nos últimos anos houve um aumento nos diversos tipos de violência contra os povos indigenas.

” Solicitamos a criação de um grupo interdisciplinar de especialistas independentes, pautado pela imparcialidade, legalidade, profissionalismo e capacidade técnica de seus membros, para acompanhar a gravidade da situação dos direitos humanos dos Povos Indígenas no Brasil, em especial a demarcação e proteção efetiva de suas terras”, disse Angela durante a audiência.

O representante do governo brasileiro foi questionado sobre a demarcação de terras indígenas, massacres, e ausência de recursos da principal instituição governamental de apoio aos povos indígenas, a FUNAI. O representante não respondeu as questões e saiu sem dar explicações, dizendo que responderá as questões por documento.

Francinara Baré e Angela Kaxyuana representam os povos indígenas do Brasil na 165 Período de Seções da CIDH, que acontece de hoje até o dia 27 de outubro. Compõe a delegação brasileira, além da COIAB e APIB, CIMI, CTI, que ajudaram na articulação e participação da sociedade civil nas audiências.

(mais…)

Carta do I encontro da Juventude Xakriabá

Carta do I encontro da Juventude Xakriabá

“Não deixaremos que nos roubem a esperança.”

 

Nós, caciques, lideranças, pajés e juventude do Povo Xakriabá, juntamente com lideranças jovens dos povos Tupinambá e Pataxó da Bahia, comunidades Geraizeiras, quilombolas, catingueiros e apanhadores de flores, organizações aliadas CIMI, CAA-NM, IFET, UFMG e Articulação Rosalino Gomes de Povos e Comunidades Tradicionais , estivemos reunimos durante três dias no I Encontro da Juventude Xakriabá realizado na aldeia Imbaúba na Terra Indígena Xakriabá nos dias 17, 18 e 19 de outubro de 2017. Com o tema “Juventude Xakriabá: um pé na aldeia e um pé no mundo”, debatemos sobre temas como identidade, cultura, terra e território e protagonismo da juventude indígena com o objetivo de construir caminhos para o fortalecimento do projeto do Bem Viver.

Neste tempo, que reflete uma desconjuntura histórica de desestruturação das políticas indigenistas e sociais do Brasil, dedicamos um tempo para analisar e pensar nossas estratégias de luta e resistência frente a este contexto. Enfrentamos um contexto que revela uma estratégia perversa de desconstrução de nossa identidade, de dizimação dos povos indígenas e povos e comunidades tradicionais do Brasil.

Nestes dias reafirmamos:

– Nossos mais velhos, caciques, lideranças e pajés como pilares de nossa identidade, nossos livros vivos.

– A defesa de nossa identidade como resistência a um projeto de dizimação de um país multicultural.

– A manutenção e garantia de todo o nosso território ancestral, como condição de sobrevivência e sustentação de nosso modo de vida.

– A força de nossa ancestralidade, dos guerreiros que tombaram cujo sangue viraram adubo de nossa terra, sementes de luta, verdadeiros guias da nossa espiritualidade.

Denunciamos:

– A extrema morosidade e falta de interesse político com o processo de regularização dos territórios indígenas e quilombolas que geram clima de insegurança e medo para os povos.

– Diante do governo ilegítimo e golpista Michel Temer e  do congresso mais conservador após a ditadura miliar, repudiamos as 33  medidas anti-indigenas que tramitam na câmara e no senado, que incidem diretamente na nossa vida.

– A perversidade da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215, que atribui ao Congresso Nacional, grande parte financiado por aqueles que nos perseguem, o dever de demarcação dos nossos territórios originários;

– Repudiamos a tese do marco temporal que deseja limitar nossa história a data da promulgação da Constituição Federal. O marco temporal é uma proposta inconstitucional que afronta o nosso direito tradicional.

– Repudiamos as incursões da bancada ruralista para legalizar arrendamentos em terras indígenas, permitindo a exploração privada e o avanço do agronegócio sobre os territórios tradicionais.

– As ameaças e agressões sofridas por lideranças e famílias indígenas na área de retomada das Aldeias Várzea Grande e Caraíbas e a violência sofrida pela jovem Juvana Xakriabá durante o Grito dos Excluídos em setembro de 2015, até hoje impunes, tentativa de criminalizar e impedir a nossa luta pelo território.

– As constantes tentativas de enfraquecer nossos direitos a saúde e educação indígena, duramente conquistado a custa de muito suor e sangue dos nossos mais velhos e antepassados.

– A continuidade de vultosos subsídios para o avanço dos grandes projetos de criação de gado, monoculturas, mineração, associados com grandes obras de infraestrutura como a de barragens e hidrelétricas, provocando uma contínua desestruturação das economias e dos territórios das Comunidades Tradicionais, em particular nos cerrados brasileiros como o Projeto Matopiba, o que pressupõe um verdadeiro assalto contra a rica agrobiodiversidade e sociodiversidade brasileiras;

– A crescente criminalização de lideranças indígenas e de povos e comunidades tradicionais como forma de intimidar a luta.

– A lentidão da regularização dos territórios quilombolas e a ação em curso de desconstrução do decreto 4887, dispositivo que regulamenta a regularização do território das comunidades quilombolas.

– O fato de que, até hoje, as Comunidades Tradicionais não foram contempladas com um marco jurídico que reconheça e regularize os seus territórios;

– A criação de unidades de conservação de proteção integral, como os parques, sobrepostos a territórios tradicionais provocando a expulsão das famílias e povos de que sempre souberam conviver com a natureza de forma harmônica e sustentável;

Comprometemos:

– Em passos firmes, de mãos dadas e com a proteção dos nossos encantados, dar continuidade as lutas dos nossos antepassados pela demarcação e respeito aos nossos territórios tradicionais.

– Reafirmar a identidade e cultura Xakriabá, nossas armas de luta, como ferramentas de resistência a projetos que desrespeitam a autonomia dos povos indígenas.

– Cuidar da Mão Terra, como filhas e filhos que compreendem a relação fraterna e harmônica com a Natureza.

– Trabalhar pelo reinvolvimento sustentável na nossa terra, reafirmando nossa agricultura indígena, que resgata o paladar alimentar Xakriabá.

– Fortalecer a aliança de juventude dos povos e comunidades tradicionais, como espaço de construção coletiva que estreita os laços de solidariedade, unificação de lutas e sonhos para o Bem Viver

Aldeia Imbaúba, Terra Indígena Xakriabá, 19 de outubro de 2017

A Declaração da Aliança dos Guardiões *e filhos da Mãe Terra*

A Declaração da Aliança dos Guardiões *e filhos da Mãe Terra*

Uma Voz Global para os Estados e a humanidade para a preservação da vida no planeta e para as futuras gerações

 

Durante a Assembleia que aconteceu em Brasília entre os dias 11 e 16 de outubro, centenas de indígenas de diversos países construíram 17 propostas de cuidado e preservação com a mãe terra, complementando o documento que nasceu na Assembleia dos “Guardiões da Mãe Natureza”, que ocorreu em 28 de novembro de 2015, na COP 21 em Paris.

Confira na integra A Declaração da Aliança dos Guardiões e filhos da Mãe Terra

Lideranças da APIB participam de tour européia com indígenas de diversos países #GuardiõesDaFloresta

Lideranças da APIB participam de tour européia com indígenas de diversos países #GuardiõesDaFloresta

“Estamos aqui, representantes indígenas do Brasil para denunciar todos os ataques diretos aos nossos Direitos, aos nossos povos e a nossa vida. Podem confiar parentes, trazemos aqui as vozes silenciadas pela repressão, pelo assédio, pela ganancia, não vamos nos calar diante de tanto abuso e tanto retrocesso. Para continuarmos sendo indígenas temos que lutar forte para isso, pois hoje os ruralistas acharam um jeito de inverter o conceito de Autonomia e a defendem conforme o entreguismo de nossos Territórios para a exploração e total destruição segundo a lógica usada para invadir as terras indígenas.
“A bancada ruralista é o principal sujeito político do agronegócio e conduz, visivelmente, a estratégia do setor. É composta por parlamentares de diferentes partidos e regiões do país. No entanto, deputados que fazem parte do núcleo duro da bancada são provenientes da região sul do Brasil. Nesta região, a última fase de desterritorialização indígena, ocorrida por volta de meados do século XX, se deu fundamentalmente por meio da tática do arrendamento das terras dos povos, especialmente dos Kaingang.” Trecho do Artigo de Cleber Buzatto, do CIMI – Centro Indígena Missionário.

Vamos em frente que vem muita luta por aí.

Sônia Guajajara e Luiz Eloy, representantes da APIB, preparam discurso para o parlamento europeu

O que é Guardiões e Guardiãs da floresta do European Tour?

A Tour Europeia Guardiões da Floresta é um grupo constituído de lideranças indígenas do Brasil, América Central, Bacia Amazônica e Indonésia, representantes de organizações indígenas e florestais farão incidência política percorrendo de ônibus algumas cidades europeias de cinco países, para denunciar e dar visibilidade sobre as diversa lutas, e a realidade política e social de seus países no caminho para Bonn, onde acontecerá a COP23 sobre as Mudanças climáticas. O objetivo principal é contactar a imprensa, instituições não governamentais, autoridades políticas e da sociedade civil, e denunciar a perseguição enfrentada por fazerem essa defesa. O mundo precisa reconhecer os povos indígenas e comunidades florestais como os maiores guardiões da floresta no planeta. Essa incidência também é uma oportunidade para fortalecer os laços entre as várias organizações presentes, treinar jovens líderes e elevar o papel das mulheres na liderança de comunidades e do movimento indígena em todo o mundo.
Encontre todas as informações sobre a turnê: https://guardiansoftheforest.me/

Qual é a duração e quais são as datas da turnê e a COP23?

A turnê começa em 15 de outubro na cidade de Colônia, na Alemanha, e termina em 5 de novembro, também nesta cidade, onde alguns representantes já seguem para a participação na COP do Clima em Bonn
Segue a programação de turnos:
• Colónia: a partir de outubro 15-17
• Bruxelas: a partir de outubro 18-25
• Paris: a partir de outubro 25-27
• Amsterdam: a partir de outubro 27-30
• Berlin: a partir de 30 outubro – 2 novembro
• Colónia / Bona: 2 de Novembro até ao final de agenda de cada delegad(o)a.
A COP23 tem lugar em Bonn de 5 a 18 de novembro. Para mais informações sobre a COP visite o seguinte link: http://newsroom.unfccc.int/es

A delegação é composta de cinco delegadxs das seguintes organizações.
• AMPB
• COICA
• AMAN
• APIB
Este grupo é composto por 20 pessoas, é adicionado 1 representante da REPALEF (RDC, África) e 15 outros para o pessoal técnico de apoio, tradução, logística e comunicação. No site da turnê você vai também encontrar os nomes e organizações de cada delegada (o)

Três indígenas detidos na Câmara dos Deputados

Três indígenas detidos na Câmara dos Deputados

Via Conselho Indigenista Missionário – Cimi

Um indígena Kaingang, um Guarani e um Terena foram detidos no final da manhã desta quarta (18), em frente à Câmara dos Deputados, em Brasília. Ambos integravam o grupo de cerca de 100 indígenas que foram impedidos de entrar na audiência organizada pela bancada ruralista para discutir o que eles chamaram de “agricultura indígena”.

Com a audiência, a bancada ruralista pretendia legitimar a proposta de legalização do arrendamento de terras indígenas, permitindo a exploração privada de terras indígenas e o avanço do agronegócio sobre esses territórios.

O grupo barrado buscava manifestar sua posição contrária ao arrendamento e em defesa de suas terras, mas foi impedido de entrar – os ruralistas disponibilizaram senhas de acesso apenas para apoiadores da proposta. Ao tentarem ingressar no Anexo 2 da Câmara dos Deputados, foram atacados com muitas bombas de gás lacrimogênio e de efeito moral e spray de pimenta.

Foto: Mídia NINJA

Inicialmente, o indígena do povo Guarani foi detido pela Polícia Militar, mas a seguir foi entregue para o Departamento de Polícia Legislativa, onde também se encontra detido o indígena Terena.
O indígena Kaingang foi detido no Departamento Médico da Câmara dos Deputados, quando buscava atendimento para sua filha, uma criança que passou mal por causa do gás lacrimogênio.

Foto: Mídia NINJA

Foto: Mídia NINJA

Convocada pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, a audiência pública organizada pelos ruralistas foi deslegitimada pela Associação Terra Indígena do Xingu (Atix) e o Instituto Raoni. Nós também repudiamos a audiência e a atitude da Polícia Legislativa.