04/dez/2017
Texto e foto: Brasil 247
Além dos problemas como demarcações de terra e casos de violência, os indígenas brasileiros têm outra preocupação: projetos da indústria do fracking, considerado um dos processos de produção de energia mais agressivos ambientalmente e proibido em países como França e Alemanha; O “fracking” emprega coquetel de água, areia e uma fórmula contendo 609 componentes químicos injetados no subsolo, sob a pressão de 5 mil atmosferas para fazer o metano se desprender do solo; Kretan Kaingang, da coordenação executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), pela região Sul, diz que processo do fracking está em fase de estudos e pesquisas em estágio bem avançado em 12 estados do país.
(+) Confira na íntegra a notícia publicada pelo Brasil 247.
28/nov/2017
Acontece no Rio de Janeiro, no dia 11 de dezembro a partir das 9 horas a roda de conversa: Desafios e perspectivas frente à ofensiva ruralista. Participam representantes de diversos movimentos sociais como CONAQ, MTST, MST, MAB e MPA.
15/nov/2017
* Na foto, Sônia Guajajara da APIB entrega o manifesto em evento com presença de autoridades brasileiras.
Na terça-feira (14/11), aproveitando um encontro ontem durante a COP 23, em Bonn, entre representantes do governo do Brasil, Alemanha e Noruega, do Banco Nacional de Desenvolvimento/Fundo Amazônia, do setor privado e da sociedade civil para discutir os desafios e as oportunidades do desenvolvimento sustentável na Amazônia, lideranças indígenas, organizações ambientalistas e de defesa dos direitos humanos, junto com representantes da Frente Parlamentar Ambientalista, lançaram o manifesto para denunciar esses retrocessos e pedir medidas que interrompam esta trajetória rumo ao passado. O documento segue abaixo:
(mais…)
03/nov/2017
(Via Survival Brasil)
Indígenas brasileiros protestam na Europa pelos seus direitos Foto: Survival
A Survival International está pedindo que os líderes mundiais reconheçam o papel crucial que os povos indígenas possuem na preservação do meio ambiente, nas vésperas da conferência COP 23 em Bonn, na Alemanha.
A conferência, que será realizada entre 6 e 17 de novembro, ocorre em seguimento às discussões sobre mudanças climáticas em Paris em 2015, e trará representantes governamentais e ativistas do mundo inteiro, incluindo indígenas, para discutir temas relacionados ao meio ambiente.
A Survival lidera o apelo global por um modelo de conservação do meio ambiente que respeite os direitos dos povos indígenas. Isso tem sido crescentemente reconhecido por autoridades internacionais, como a Relatora Especial da ONU sobre os direitos dos povos indígenas, Victoria Tauli-Corpuz.
Imagens de satélite mostram que grandes áreas da Amazônia são protegidas por territórios indígenas. © Google Earth
Davi Kopenawa, um xamã Yanomami conhecido como “Dalai Lama da Floresta,” disse: “As chuvas chegam tarde. O sol age estranho. O mundo está doente. Os pulmões do céu estão poluídos. Nós sabemos que está acontecendo. Vocês não podem continuar destruindo a natureza.”
Evidências demonstram que territórios indígenas são as melhores barreiras ao desflorestamento. Medidas para uma proteção efetiva das terras e o reconhecimento dos direitos territoriais indígenas protegem vastas áreas de floresta, ajudando na proteção da biodiversidade e reduzindo os níveis globais de CO2.
Mas, apesar disso, algumas das grandes organizações de conservação estão fazendo parcerias com indústrias e turismo e destruindo os melhores aliados do meio ambiente. O Fundo Mundial para a Natureza (WWF) e a Wildlife Conservation Society (WCS) fizeram parcerias com empresas madeireiras na Bacia do Congo, nenhuma das quais extrai madeira de forma sustentável, e ambas contribuíram para graves violações de povos indígenas como os Baka e Bayaka.
Os Guardiões Guajajara são um grupo de indígenas na Amazônia maranhense que protegem sua floresta e os indígenas isolados que nela vivem.
© Survival
Apesar de alguns líderes indígenas como Sonia Guajajara estarem presentes nas discussões, as vozes dos povos indígenas não estarão no cerne da conferência. Isso ocorre apesar de os povos indígenas serem os melhores conservacionistas e guardiões do mundo natural, os quais deveriam estar liderando o movimento ambiental.
O diretor da Survival International, Stephen Corry, disse: “É perigoso colocar os indígenas de lado nas discussões de como melhor proteger o nosso planeta. Eles têm um conhecimento muito mais extenso de como cuidar do ambiente e é um grande risco ignorá-lo. Por décadas, a sociedade industrializada devastou o planeta e destruiu povos indígenas no caminho. Está na hora de começar a ouvir-los antes que seja tarde demais.”
29/out/2017
ATIVIDADES PRINCIPAIS
No seu último dia na Holanda, os Guardiões da Floresta visitaram a Campanha para Combater as Mudanças Climáticas -klimaatweekend-, onde se conheceram e trocaram histórias com ativistas de diferentes partes da Europa e do mundo, que estão trabalhando na proteção do meio ambiente . A discussão centrou-se no potencial para construir alianças e redes internacionais para combater as mudanças climáticas.
Foto: Guardiões da Floresta
DESTAQUES
Durante as sessões e painéis, as delegações da AMPB, AMAN e COICA falaram sobre suas histórias pessoais crescendo nas florestas e as conquistas e desafios das comunidades indígenas. Mais tarde, eles trabalharam em grupos temáticos onde discutiram tópicos como a prevenção da destruição da biodiversidade marinha, a preservação da identidade e tradições indígenas em tempos de mudança e os esquemas de gestão florestal comunitária.
Foto: Guardiões da Floresta
Foto: Guardiões da Floresta
Foto: Guardiões da Floresta
Foto: Guardiões da Floresta
Foto: Guardiões da Floresta
Foto: Guardiões da Floresta
Foto: Guardiões da Floresta
Foto: Guardiões da Floresta
29/out/2017
ATIVIDADES PRINCIPAIS
Os guardiões da Floresta chegaram a Amsterdã. Após a sua chegada, realizaram uma série de reuniões preparatórias e depois participaram em um Café Político com membros de empresas, decisores e ONGs. O debate centrou-se em três temas principais: direitos territoriais e consentimento livre, prévio e informado, a criminalização e as soluções Indígenas para Mudanças Climáticas.
Foto: Guardiões da Floresta
Foto: Guardiões da Floresta
Foto: Guardiões da Floresta
Foto: Guardiões da Floresta
DESTAQUES
Durante o Café Político, uma representante da delegação da Indonésia, Mama Do, apresentou a declaração dos Guardiões da Floresta à Suzanne Kroger do Partido Verde da Holanda. A Kroger, por sua vez, comprometeu-se a levar as propostas e preocupações da delegação às discussões no Parlamento.
Veja como foram os dias anteriores
10º dia
9º dia
8º dia
26/out/2017
PRINCIPAIS ATIVIDADES
Os Guardiões Florestais chegaram a Paris, onde se encontraram com o Vice-Presidente da Assembleia Nacional da França e o Vice-Presidente da Comissão de Desenvolvimento Sustentável. Durante esta reunião, os delegados da turnê apresentaram suas expectativas, preocupações e contribuições para a COP23. A delegação então se encontrou com membros da sociedade civil para discutir os impactos das mudanças climáticas em suas comunidades e como eles estão contribuindo para mitigar. No final do dia, representantes da COICA, AMAN, APIB e AMPB se encontraram com Nicolás Hulot, Ministro do Meio Ambiente e Sustentabilidade da França.
Foto: Guardiões da Floresta
Foto: Guardiões da Floresta
Foto: Guardiões da Floresta
DESTAQUES
Durante a reunião com o Vice-Presidente da Assembleia Nacional da França, Jocelyn Therese, delegada da COICA e nacional da Guiana Francesa teve a oportunidade de apresentar e discutir temas urgentes, como a falta de reconhecimento de sua comunidade e a proliferação de projetos de mineração, que ameaçam sua sobrevivência e bem-estar.
A próxima atividade é em Amsterdam
Veja como foram os dias anteriores:
9º dia
8º dia
26/out/2017
“ Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) voltou a pedir que se reconheça e adote os Direitos da Mãe Terra considerando os direitos originários dos povos indígenas. Não é possível existir florestas se não tiver Demarcação Já! ”
Especialistas em clima se reuniram com lideranças indígenas dos países da América Latina e Indonésia em Londres para chamar a atenção para os efeitos das mudanças climáticas e a necessidade de se investir adequadamente respeitando os direitos da Mãe Terra e os povos originários que habitam seus territórios tradicionais. Com o prazo do Acordo de Paris previsto para atingir os objetivos climáticos, os cientistas lançam evidências em Londres que mostra necessidade urgente de proteger florestas; garantir os direitos dos povos indígenas é fundamental para frear o desmatamento.
Conferência de imprensa em Londres (24 de outubro de 2017)
Em uma conferência de imprensa na Royal Society, Londres, lideranças indígenas afirmaram que os investimentos em florestas estão muito aquém do que é necessário para reduzir o desmatamento tropical, citando o primeiro estudo a contar o estado global das finanças florestais. De todos os investimentos comprometidos por países desenvolvidos e instituições multilaterais desde 2010 para reduzir as emissões de mudanças climáticas em todo o mundo, apenas 2% dos US $ 167 bilhões – US $ 3,6 bilhões – foram dedicados a reduzir o desmatamento tropical, de acordo com o novo relatório, sempre para contar o estado global das finanças florestais.
Foto: Guardiões da Floresta
Foto: Guardiões da Floresta
Confira fala de Sonia Guajajara no Royal Society, Londres, representando a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – APIB
“Nós Povos indígenas somos os guardiões dos bosques, das águas, dos mares dos rios e do ar. Se existe floresta em pé hoje ainda é porque ainda existimos. Estamos sendo brutalmente atacados pelas forças e ganância do agronegócio e do modelo de desenvolvimento econômico que foi inventando aqui no Reino Unido. Vocês precisam entender que se não há florestas não há economia que resista. A violência que tentou nos extinguir, pelo crime de genocídio, nós resistimos. A violência que tentou destruir nossa cultura, nossa forma de viver, nosso sentido de existência, nós enfrentamos o etnocídio. Desviamos das balas dos pistoleiros, e mantemos a nossa cultura com a força dos espíritos. Mas querem destruir a vida toda que nos cerca, a vida com a qual convivemos e nos permite viver: o crime de ecocídio deve ser previsto em lei, e seus autores devem ser punidos. E tudo isso tem a ver com a sua forma de consumo. A carne que você come na sua casa vem dos conflitos e assassinatos contra nosso povo; a ração do seu cachorro vem da soja produzida com agrotóxico nos Territórios indígenas, o delicioso chocolate tem sabor de sangue porque custam vidas nos confrontos nas fazendas de cacau.
Não falamos mais só da violência contra humanos, o genocídio e o etnocídio. Mas também a violência contra a vida de outras espécies que fazem possível a nossa vida existir, a violência contra os ambientes que impedem a vida de quem convive com esse ambiente. A destruição do rio Doce não foi um acidente. Foi um crime, e não foi o único: o crime de ecocídio, o crime de matar toda a vida e a possibilidade da vida. A Terra Indígena Pankararu e Entre Serras está do Povo Pankararu em Pernambuco está em grave conflito com pessoas que indevidamente ocupam seu Território em descumprimento à decisão judicial o que tem colocado em riso a vida dos indígenas. Neste fim de semana um jovem e uma criança Pataxó na Bahia foram mortos e um baleado em conflito pela disputa de Terra. A Terra Indígena Jaraguá do povo Guarani teve sua demarcação anulada pelo presidente Temer. A atual destruição do planeta nos remete a brutal destruição da humanidade que chocou o mundo depois da segunda guerra mundial. Para combater tudo isso é preciso que a comunidade europeia e as instâncias internacionais:
1 reconheçam e adote os Direitos da Mãe Terra considerando os Direitos originários dos povos indígenas. Não é possível existir florestas se não tiver Demarcação Já!!
2 Embargos econômicos às empresas que produzem produtos que acabam com o Meio ambiente e com as nossas vidas;
3 Reconhecimento do crime de ecocídio. Aquele que desmatar, poluir Rios, lagos mares e oceanos, construir hidrelétricas sem consentimento vendida como energia limpa, práticas de incêndios florestais, devem ser punidos por crimes contra a humanidade”.
Evidências científicas mostram que proteger e melhorar as florestas pode fornecer até 30% da mitigação da mudança climática necessária para atingir os objetivos do Acordo de Paris. O estudo também informou que investidores, governos e doadores investiram 39 vezes mais dinheiro para promover o agronegócio e o desenvolvimento intensivo em terra do que para reduzir o desmatamento das florestas que coletivamente retém e removem mais de 40% das emissões de carbono produzidas pelo homem.
Poucas semanas antes do início da conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas em novembro, pesquisadores do clima se juntaram a delegação de líderes indígenas e locais das florestas da América Latina e da Indonésia. “E nós somos os que estão sendo assassinados por proteger nossas florestas. Então, se você quiser parar essa devastação, você precisa investir em nós e proteger nossos direitos. A mãe de todas as batalhas está acontecendo na floresta tropical. E a vítima é Mãe Terra – sua mãe e a minha” afirmaram as lideranças indígenas.
Um relatório de 2016 da Iniciativa de Direitos e Recursos (RRI), Woods Hole Research Center (WHRC) e o Word Resources Center revelaram que os povos indígenas e as comunidades locais administram pelo menos 54,546 milhões de toneladas métricas de carbono (Mt C) nas florestas tropicais que eles vivem em todo o mundo, ou quase abaixo de um quarto do carbono total encontrado acima do solo nos trópicos globais.
24/out/2017
Foto: Guardiões da Floresta
ATIVIDADES PRINCIPAIS
Os Guardiões da Floresta começaram seu dia com uma conferência de imprensa na Sociedade Real de Londres, onde falaram sobre os desafios que enfrentam nas suas comunidades e denunciaram a criminalização de defensores ambientais. Após a conferência de imprensa, a delegação foi à Praça do Parlamento para protestar contra a criminalização. O grupo foi acompanhado por grupos de londrinos que os apoiaram para pedir acesso à terra, justiça, proteção e uma parada para a criminalização. À tarde, a delegação foi convidada afim de trocar pontos de vista com os participantes na reunião de alto nível da Unidade Internacional de Sustentabilidade da Fundação Príncipe de Gales.
Foto: Guardiões da Floresta
Foto: Guardiões da Floresta
DESTAQUES
Durante a conferência de imprensa da Royal Society, os Guardiões da Floresta teve a oportunidade de compartir suas preocupações sobre a alta quantidade de assassinatos de defensores ambientais. A delegação da Mesoamérica apresentou um vídeo sobre a importância desse tema durante o tour. Por sua vez, os delegados da Indonésia tiraram fotos de alguns dos líderes que foram assassinados ou aprisionados. Finalmente, a delegação do Brasil pediu um minuto de silêncio em nome dos membros da sua comunidade que morreram na defesa das florestas.
Foto: Guardiões da Floresta
Foto: Guardiões da Floresta
Foto: Guardiões da Floresta
Foto: Guardiões da Floresta
A próxima parada da tour agora é em Paris
Veja como foi o 8º dia da Tour
23/out/2017
ATIVIDADES PRINCIPAIS
Ao chegar a Londres, os Guardiões foram recebidos por Anistia Internacional (Amnesty International UK). Na sede, reuniram para uma série de seminários para enfatizar a importância da oralidade indígenas através das suas histórias, a fim de levar uma mensagem às pessoas. Logo após, reuniram com a equipe da Anistia no intuito de promover uma campanhas de direitos humanos, bem como, traçar estratégias com representantes de Rights and Resources Initiative (RRI) para apresentar dados e pesquisas já realizados. Por fim, também participaram de uma sessão voltadas a perguntas/respostas com estudantes dos Estados Unidos e Canadá.
Foto: Guardiões da Floresta
Foto: Guardiões da Floresta
Foto: Guardiões da Floresta
Foto: Guardiões da Floresta
Foto: Guardiões da Floresta
DESTAQUES
Quando foi perguntado sobre as maneiras específicas em que a gente que não vive da/na floresta pode apoiar os Guardiões da Floresta, falaram de conscientização sobre o consumo. Insistiram a importância de termos o cuidado ao comprar produtos como soja, madeira e óleo de empresas que obtêm esses bens primárias de forma desumana, causando danos irreparáveis às comunidades indígenas.