PELO DIREITO DE EXISTIR! POR UM BRASIL PLURIETNICO E MULTICULTURAL

PELO DIREITO DE EXISTIR! POR UM BRASIL PLURIETNICO E MULTICULTURAL

Para quem tinha dúvidas quanto aos interesses que Bolsonaro representa, já no seu primeiro dia de governo, ele deixou claro seu compromisso com o que há mais atrasado no Brasil. Ao lançar a Medida Provisória número 870 de 1 de janeiro de 2019, reconheceu sua dívida com a Bancada Ruralista, e transferiu para o Ministério do Agronegócio a responsabilidade pela identificação, delimitação, demarcação e registro de terras indígenas, que historicamente eram atribuições da FUNAI, dada a sua missão de proteger e promover os direitos dos povos indígenas.

Bolsonaro e os coronéis da Bancada Ruralista sabem que para colocar mais terras no mercado, vão precisar inviabilizar a demarcação das terras indígenas, quilombolas, assentamentos de reforma agraria e unidades de conservação. Mas também sabem que o mundo tende para um novo modo de produzir e consumir, e que não vamos hesitar em denunciar esse governo e o agronegócio nos quatro cantos do mundo, denunciando e exigindo, a adoção e o respeito às salvaguardas sociais e ambientais, necessárias ao fiel cumprimento de nossos direitos constitucionais. Estamos preparados, não vamos recuar, nem abrir mão dos direitos conquistados, e muito menos entregar nossos territórios para honrar o acordo entre Bolsonaro e seus coronéis.

Nós povos indígenas em respeito aos nossos ancestrais e comprometidos com as futuras gerações, estamos dispostos a defender os nossos modos de vida, a nossa identidade e os nossos territórios com a nossa própria vida, e convocamos a sociedade brasileira a se juntar a nossa luta em defesa de um país mais justo, solidário e do nosso direito de existir.

Para tanto a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil- APIB, recomenda que cada estado, organize o ingresso de uma ação popular requerendo judicialmente a nulidade dos atos praticados pelo presidente Jair Messias Bolsonaro que destrói praticamente toda a política indigenista brasileira.

Demarcação Já!!!!

EDITAL DE CHAMADA DE ARTIGOS PARA PUBLICAÇÃO EM LIVRO ELETRÔNICO

EDITAL DE CHAMADA DE ARTIGOS PARA PUBLICAÇÃO EM LIVRO ELETRÔNICO

A APIB – Articulação dos Povos Indígenas do Brasil em parceria com o NÚCLEO DE DEFESA E ASSESSORIA JURÍDICA POPULAR DE MS (NAJUP/MS), lançam em conjunto o EDITAL DE CHAMADA DE ARTIGOS PARA PUBLICAÇÃO EM LIVRO ELETRÔNICO.

O edital tem como objetivo a seleção de artigos inéditos para compor a publicação “Justiça Criminal e Detentos Indígenas”. As inscrições permanecerão abertas de 10/01/2019 até 20/02/2019. Acesso o link abaixo e confira o edital.

Link: Edital – Chamada de artigos APIB VF

Apib convoca para ato em defesa dos direitos dos povos indígenas

Apib convoca para ato em defesa dos direitos dos povos indígenas

Lideranças indígenas de diversas regiões estarão reunidos nesta segunda-feira (19), às 16h, no Memorial dos Povos Indígenas em Brasília para um ato em defesa dos direitos constitucionais dos povos indígenas. Um chamado da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) e os parceiros da Mobilização Nacional Indígena, com o objetivo que fortalecer e fazer valer os 30 anos da Constituição Federal de 1988 que reconhece aos povos indígenas a legitimidade de suas diferentes organizações sociais e tradições culturais, além de seus direitos originários às terras que tradicionalmente ocupam.

Estamos em um momento político trágico que coloca em risco as garantias constitucionais duramente conquistadas pelo movimento indígena. Militantes, parceiros de lutas, indigenistas, organizações e apoaiadores estarão presente para mostrar que a resistência permanecerá viva e forte.

Os direitos indígenas garantidos pela Constituição Federal de 1988 estão ameaçados por diversas propostas que tramitam no Congresso, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) n° 215/2000, proposta que pretende passar do Executivo para o Legislativo a responsabilidade de demarcar terras indígenas e o PL 490/2007, que estabelece um conjunto de dispositivos que inviabilizam as demarcações, facilitam obras e a exploração de recursos em terras indígenas e retiram o direito de consulta prévia dos povos originários, direito consagrado internacionalmente na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Novos marcos administrativos e jurídicos como o Parecer 001/2017 da Advocacia Geral da União (AGU) também são considerados pelo movimento indígena como ataques aos seus direitos. O parecer da AGU aplica a toda a administração pública a tese do Marco Temporal, segundo a qual os povos indígenas só teriam direito às terras ocupadas na data de 5 de Outubro de 1988, sem considerar o histórico de esbulho e conflitos que levaram a expulsão das comunidades indígenas de suas terras antes disso.

Para os integrantes do movimento indígena nacional, a violência e os ataques dos diferentes poderes podem se intensificar com a posse do novo presidente eleito, Apontam ainda o risco de que esse quadro de ameaças e violência contra os povos indígenas so venha a se intensificar, a criminalizacão de lideranças ja vem acontecendo em diversas regiões, ataques a comunidades, incêndios, assassinatos, precisamos esta unidos para combater o alto indíce de violência que vem ocorrendo com os povos originários.

Está prevista a vinda de uma delegação Ava Guarani da região Oeste do Paraná. Na região, a pedidos de uma organização que representa produtores rurais, o processo de demarcação de uma Terra Indígena nos municípios de Guaíra e Terra Roxa acaba de ser suspenso por determinação do Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Dias depois da suspensão um indígena, Donecildo Agueiro, de 21 anos, foi baleado após de sair de uma reunião com a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) em Guaíra.

APIB denuncia à CIDH violações a direitos humanos dos povos indígenas no Brasil

APIB denuncia à CIDH violações a direitos humanos dos povos indígenas no Brasil

Apib se encontrou com a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) para relatar as violações a direitos humanos perpetrado contra os povos indígenas no Brasil. Na oportunidade foi entregue um dossiê contendo as seguintes recomendações:

  1. Que o Estado brasileiro adote medidas imediatas para proteger a segurança de líderes indígenas, inclusive por meio de programas de proteção fortalecidos e culturalmente adequados, e a conduzir investigações sobre todos os ataques e assassinatos de povos indígenas e levar os responsáveis à justiça;
  2. Que o Estado brasileiro implemente política de atenção específica voltada para a situação das crianças, jovens e mulheres indígenas, especialmente em relação às alarmantes taxas de suicídios em comunidades indígenas, a crescente violência contra mulheres indígenas e a adoção ilegal de crianças indígenas;
  3. Que o Estado brasileiro conclua a demarcação das terras indígenas no Brasil, invidando esforços em relação as situações de Mato Grosso do Sul, Bahia, Santa Catarina e Rio Grande do Sul;
  4. Que o Estado brasileiro conclua todos os processos de demarcação pendentes na FUNAI, Ministério da Justiça e Presidência;
  5. Que o Estado brasileiro implemente o direito de consulta e consentimento prévio, livre e informado dos povos indígenas com relação a projetos, políticas e medidas legislativas e administrativas que tenham um impacto sobre seus direitos.
  6. Que o Estado brasileiro adote medidas para reparar impactos e consequências de atividades de mineração, da expansão do agronegócio e outros projetos de desenvolvimento de grande escala sobre a saúde, terras, culturas e modos de vida dos povos indígenas, inclusive suas formas de organização social e econômica;
  7. Que os poderes do Estado brasileiro – judiciário, Legislativo e Executivo – considerem com urgência, e em colaboração com os povos indígenas, a eliminação das barreiras que impedem os povos indígenas de realizarem seu direito à justiça e garantam que recursos adequados sejam disponibilizados para esse fim;
  8. Que o Estado brasileiro implemente orçamento para a FUNAI, fortalecendo sua capacidade de oferecer serviços e seu papel na proteção dos direitos territoriais e de autodeterminação dos povos indígenas;
  9. Que o Estado brasileiro assegure o fortalecimento Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), do Ministério da Saúde e a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade, Inclusão e Diversidade (SECAD), do Ministério da Educação;
  10. Que o Estado brasileiro assegure e amplie a participação dos povos, comunidades e organizações indígenas, bem como de outras organizações da sociedade civil, tal como o Conselho Nacional de Política Indigenista (CNPI), criado por meio do Decreto no 8.593, de 17/12/15;
  11. Que o Estado Brasileiro se abstenha de efetuar cortes e o contingenciamento de recursos destinados às ações de proteção e promoção dos direitos dos povos indígenas em isolamento voluntário e de recente contato, de responsabilidade do Ministério da Justiça e Segurança Pública e executadas pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI), por meio da Coordenação Geral de Índios Isolados e de Recente Contato (CGIIRC) e Frentes de Proteção Etnoambiental (FPE).
Nota dos povos indígenas da Amazônia pela defesa da democracia

Nota dos povos indígenas da Amazônia pela defesa da democracia

A Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), maior organização regional indígena do Brasil, fundada em 19 de abril de 1989, vem, por meio desta, agradecer a todos (as) os eleitores (as) indígenas e não-indígenas que depositaram sua confiança e acreditaram nos candidatos indígenas nesse pleito eleitoral do primeiro turno das eleições 2018. 518 anos depois, assumimos lugar de destaque que nos cabe, com a história e sangue de nossa resistência, na disputa eleitoral, com a guerreira Sônia Guajajara, que se candidatou a Co-Presidência da República e os mais de 130 candidatos indígenas que tivemos Brasil a fora e todos (as) com grandes chances de serem eleitos em novos pleitos eleitorais. Vimos o crescimento da força política do movimento indígena nessa conjuntura partidária, comprovada pela eleição de Chirley Pankará pela bancada ativista de São Paulo e a vitória da guerreira advogada indígena Joênia Wapichana, eleita Deputada Federal pelo estado de Roraima.

O momento histórico que vivemos não nos permite parar por aí. Precisamos continuar firmes na defesa da diversidade de opiniões e da unidade na diversidade. Cumprimentamos com todo o carinho e respeito o povo brasileiro, especialmente aos povos indígenas que foram às ruas e continuam na luta nesse processo eleitoral pela defesa da democracia, do pluralismo e dos direitos sociais conquistados, e que são contrários às ideologias reacionárias, ao xenofobismo, o combate ao machismo e a uma agenda política de extrema-direita que aprofunda ainda mais a marginalização das classes socialmente vulneráveis, e nesse sentido destacamos o protagonismo das mulheres que estiveram numa forte empreitada em favor da dignidade para todos (as) e a frente da campanha #EleNão, #EleNunca.

A nossa jovem democracia está longe de ser apenas um valor imaterial, ela retrata a soberania popular no respeito à reivindicação e proteção dos direitos do cidadão, pois é nela que construímos os verdadeiros laços de solidariedade ao próximo. O momento é extremamente preocupante, quando se encontram discursos que põem em risco a institucionalidade democrática, com manifestações concretas de violência onde se percebe com clareza um viés fascista.

Nesse cenário, a nossa capacidade de resistência será mais uma vez posta à prova. O que a história já nos ensinou, de despeito aos direitos dos povos indígenas, agora nos ameaça uma vez mais, de forma ainda mais assertiva e violenta. A posição do candidato que representa esse discurso é enfatizar a cada dia que não respeitará a demarcação das terras indígenas, assim como não titulará quilombos, que são direitos e obrigações constitucionais do Estado Brasileiro.
Desse modo, os povos indígenas da Amazônia Brasileira, pela defesa dos nossos direitos e da nossa democracia, aderimos ao movimento de combate ao fascismo e retirada de direitos, por acreditarmos que esse seja o único modo de vencermos o ódio que vem sendo pregado pelo candidato de extrema-direita, e por entendermos que somente um pensamento que agregue a todos (as) os cidadãos (ãs) brasileiros, sem distinção de raça, cor, credo ou opção sexual possa vencer o fascismo.
Conclamamos a todos os povos indígenas da Amazônia e do Brasil e a toda a sociedade nacional para que, nesse momento, fiquemos em alerta máximo e atentos à atual conjuntura, abraçando todos (as) em eufonia um único projeto, em nome do bem viver coletivo, dos princípios éticos e morais, pela integridade e pelo fortalecimento da nossa democracia.

Manaus/AM, 11 de outubro de 2018.

PELO BEM VIVER DA SOCIEDADE BRASILEIRA!!!

COORDENAÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES INDÍGENAS DA AMAZÔNIA BRASILEIRA

Candidaturas indígenas

Candidaturas indígenas

 

Somos 305 povos distintos, em diversas partes do país e que desde a década de 80, com Mario Juruna, único indígena que foi eleito para um cargo político no Congresso Nacional, não temos representatividade real na chamada Casa do Povo. Em 2018, os parentes se organizaram pra concorrer e serem essas vozes importantes na luta do movimento indígena.
São cargos federais e estaduais e é muito importante que esse movimento de ocupação da política aumente e estimule os outros indígenas também na luta por direitos.

Conheça alguns dos candidatos indígenas que estão concorrendo nesta eleição:

••• ACRE •••

Francisco Piyãko — Federal PSOL 5050
https://goo.gl/PDpcKW https://goo.gl/rPTKCp

Manoel Kaxinawa — Estadual PP 11999
https://goo.gl/SCksK6

Roque Yauanawa — Estadual PHS 31445
https://goo.gl/HYbMdY

Sabá Manchinery — Federal PHS 3133
https://goo.gl/wfEj78

••• ALAGOAS •••

Nina Cacique — Federal PCdoB 6544
https://goo.gl/Chm7eF

••• AMAZONAS •••

Adriel Kokama — Federal AVANTE 7040
https://goo.gl/vwtjzz https://goo.gl/szf1SK

Angelisson Tenharin — Estadual PSOL 50111
https://goo.gl/jgfzT6

Cacica Alvanira — Estadual PT 13555
https://goo.gl/5XgM9N https://goo.gl/EcBeFT

Cuiú Cuiú — Estadual PSOL 50007
https://goo.gl/H5UZQf

Enfermeira Edilene Kokama — Federal PDT 1233
https://goo.gl/PVDCCB https://goo.gl/2nzWXq

Marcos Apurinã — Federal DC 2727
https://goo.gl/78RB1Q https://goo.gl/2nzWXq

Perpétua Tsuni Kukami — Federal PSOL 5027
https://goo.gl/PRKznJ https://goo.gl/2nzWXq

Sinésio Trovão — Estadual PP 11777
https://goo.gl/7uZZkz https://goo.gl/2nzWXq

Turí Sateré — Estadual PSOL 50276
https://goo.gl/ynxwwS https://goo.gl/2nzWXq

••• AMAPÁ •••

Jawaruwa Waiapi — Federal REDE 1834
https://goo.gl/jWKtLd

Professora Eclemilda — Estadual PDT 12122
https://goo.gl/tzHcwU

••• BAHIA •••

Cacique Aruã — Estadual PCdoB 65444
https://goo.gl/MshSLu

Cacique Ramon Tupinambá — Federal REDE 1803
https://goo.gl/UQAMQA

Mônica Marapara — Federal MDB 1577
https://goo.gl/B9xb6Q

••• CEARÁ •••

Acaci — Estadual PCdoB 65400
https://goo.gl/i84S9u https://goo.gl/3uTA3R

Jarbas — Estadual PCdoB 65361
https://goo.gl/Lf3ErH

Roberto Anacé — Estadual PSOL 50300
https://goo.gl/jRA9n9

Sônia Maria — Estadual PCdoB 65000
https://goo.gl/DW5PYb

••• DISTRITO FEDERAL •••

Airy Gavião (Mandato Coletivo) — Distrital PSOL 50555
https://goo.gl/P4pDGE https://goo.gl/L3awrr

Araju Sepeti Guarani — Federal PPS 2377
https://goo.gl/XcTHCf

Júnior Xukuru — Federal PSOL 5000
https://goo.gl/Tc5HmC

Kamuu Dan — Federal REDE 1813
https://goo.gl/zpd4GY

••• ESPÍRITO SANTO •••

Cacique Toninho Guarani — Federal PT 1319
https://goo.gl/dA33Ke

Nico Dias — Federal PSOL 5027
https://goo.gl/6en9uy

••• MARANHÃO •••

Eloi Filho — Federal PSOL 5011
https://goo.gl/Wnfx9J

Lourenço Krikati — Estadual PODE 19019
https://goo.gl/p36icD

Sonia Bone Guajajara — Vice Presidente PSOL 50
https://goo.gl/tHTpTA

••• MATO GROSSO DO SUL •••

Aguilera Guarani — Federal MDB 1551
https://goo.gl/DLCQ3M https://goo.gl/RvVVPi

Anísio Guató — Senador PSOL 500
https://goo.gl/H5RJ51

Daniel Vasques — Estadual PT 13813
https://goo.gl/cZJzD3

Danilo Terena — Estadual PHS 31234
https://goo.gl/e3BWQx https://goo.gl/cKJcxL

Dionédison Terena — Estadual PT 13019
https://goo.gl/Ppm2eT

Gilberto Fernandes — Estadual PT 13432
https://goo.gl/fr5gvB

••• MATO GROSSO •••

Cacique Rondon — Federal PSOL 5015
https://goo.gl/qUVdiu

Gregório Marinatse — Federal PV 4343
https://goo.gl/vXGEH8

••• PARÁ •••

Conserlei Sompré — Estadual PP 11422
https://goo.gl/JGXh9K

Marineide Juruna — Estadual PODE 19888
https://goo.gl/Vc7ftM

Paratê Tembé — Estadual PODE 19123
https://goo.gl/WEkXdU https://goo.gl/VZf1bD

Tati Picanço — Vice Governador PSOL 50
https://goo.gl/T9WFYf

Torquete Xikrin — Estadual PT 13000
https://goo.gl/YTTiXn

••• PARANÁ •••

Ivan Kaingang — Estadual PHS 31234
https://goo.gl/wyJBGW

••• RIO DE JANEIRO •••

Anapuaka — Estadual PPS 23021
https://goo.gl/oRykvS

Sergio Ricardo Verde Potiguara — Estadual PSOL 50333
https://goo.gl/p2RxjR

••• RORAIMA •••

D. Almeida — Federal PSOL 5077
https://goo.gl/xStTEk

Índio Do Século XXI — Estadual PCB 21777
https://goo.gl/tT2XPu

Ivaldo André Macuxí — Estadual REDE 18111
https://goo.gl/d4m1Df https://goo.gl/RjUYdf

Joenia Wapichana — Federal REDE 1818
https://goo.gl/6XMnFT

Mário Nicácio — Estadual PTB 14231
https://goo.gl/iEsz9N

Ohanna Brasil — Estadual PR 22333
https://goo.gl/cEpkjZ

Ozelio Macuxi — Estadual PV 43555
https://goo.gl/GDp8Jm

Prof. Irani Macuxi — Estadual REDE 18789
https://goo.gl/WC3tQS

Professor Marcio Feitosa — Estadual PCB 21789
https://goo.gl/XN4Gvg https://goo.gl/tVcK6z

Professor Paulo Soares — Estadual PT 13000
https://goo.gl/NFiMds

Telma Taurepang — Senadora PCB 212
https://goo.gl/v3zytM

Tuxaua Carlos — Estadual PCB 21222
https://goo.gl/CNnJ7B

••• RIO GRANDE DO SUL •••

Cacique Saci — Estadual PSOL 50789
https://goo.gl/WU6YN1

Prof. João Fortes — Estadual PSB 40001
https://goo.gl/BL2kiE https://goo.gl/YH3aVQ

••• SANTA CATARINA •••

Ingrid Assis — Governador PSTU 16
https://goo.gl/J9tuwL

Kerexu — Federal PSOL 5088
https://goo.gl/TG7hvj

Leopardo Sales — Federal REDE 1810
https://goo.gl/c5XeDD

••• SÃO PAULO •••

Chirley Pankará (Bancada Ativista) — Estadual PSOL 50900
https://goo.gl/d9hEZ6

Cristine Takuá (Mandato Cidadanista) — Federal PSOL 5088
https://goo.gl/fphofc https://goo.gl/1iuYHE

Irineu Nje’a — Estadual PCdoB 65133
https://goo.gl/7jT1Ns

João Lira — Federal PSOL 5085
https://goo.gl/H23GzJ

Jupira Terena — Federal PSOL 5034
https://goo.gl/zZh28a

Kaka Werá — Federal REDE 1899
https://goo.gl/e9Jok7 https://goo.gl/ckRiUe

••• TOCANTINS •••

Marquinho Karajá — Estadual PCdoB 65255
https://goo.gl/9Sg4qq

Vilmar Xerente — Estadual PTC 36500
https://goo.gl/E6nG1b https://goo.gl/cp1DZC

Violência contra posseiros ocupantes da TI Pankararu é inaceitável e coloca indígenas em risco

Violência contra posseiros ocupantes da TI Pankararu é inaceitável e coloca indígenas em risco

Em nota, Cimi Regional Nordeste condena a violência de Estado praticada contra posseiros ocupantes da TI Pankararu durante ação de reintegração de posse

Publicado originalmente em Conselho Indigenista Missionário

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) Regional Nordeste classifica como inaceitável a violência policial, vista nesta quinta-feira (13), durante reintegração de posse contra famílias posseiras ocupantes da Terra Indígena Pankararu, no sertão de Pernambuco. Em nada tal ação coaduna com a postura da entidade e a dos Pankararu em defesa do direito indígena à terra.

Com bombas e tiros de balas de borracha, a comunidade de Bem Querer de Baixo, situada na porção da Terra Indígena localizada no município de Jatobá, acabou retirada à força com posseiros feridos. Imediatamente os Pankararu passaram a sofrer ataques públicos, com ameaças e mensagens de ódio, responsabilizados pela postura truculenta do Estado.

A forma como se cumpriu a determinação da Justiça Federal serve apenas ao acirramento do conflito. No lugar de uma saída mediada, envolvendo órgãos públicos e observadores de organizações ligadas aos direitos humanos, foi lançada a Polícia Militar sobre a comunidade em total despreparo para lidar com a complexidade da situação. Esta também não era a orientação inerente à decisão da Justiça Federal de Serra Talhada.

“A ação policial acabou expondo ainda mais os Pankararu às violências que secularmente sofrem e fragilizando o processo de desintrusão da terra indígena”

Há décadas os Pankararu lutam pelo usufruto exclusivo da Terra Indígena demarcada. Ao contrário do que vem sendo divulgado, os Pankararu jamais atacaram os posseiros ou usaram de expedientes violentos contra as famílias. De forma paciente, o povo esperou que o Incra reassentasse os posseiros e a Funai os indenizasse. Tais direitos foram observados.

O Incra reservou o Reassentamento Abreu e Lima, área com 18.500 hectares (a TI Pankararu tem 8.100), localizado no município de Tacaratu, contíguo a Jatobá, e a Funai depositou em juízo R$ 6 milhões em indenização para as 300 famílias afetadas pela desintrusão – destas, apenas 190 residiam na Terra Indígena. Chega a 20% de área demarcada ocupada pelos posseiros e interditada aos Pankararu.

As lideranças dos posseiros não aceitaram o garantido pelo Incra e pela Funai. No último mês de maio, porém, a Justiça Federal de Serra Talhada decidiu que a reintegração deveria acontecer. A Polícia Federal passou a notificar as famílias oferecendo um prazo de dez dias para a saída. Órgãos do governo federal montaram escritórios na região para fazer o acompanhamento.

Uma liderança posseira, porém, entrou com um mandado de segurança no Tribunal Regional Federal (TRF) da 5ª Região, que suspendeu a desintrusão. Em junho, o TRF-5 julgou o mérito da ação e determinou a continuidade do processo de retirada dos posseiros. No entanto, desta vez, a Polícia Militar, sem nenhum planejamento estruturado, atuou com força desmedida.

Os povos indígenas sabem muito bem o que significa esta violência. País afora, forças policiais agem em reintegrações de posse de forma arbitrária e em desrespeito aos direitos humanos. Inclusive com a utilização de armas letais. Há casos de morte, como o de Oziel Terena, alvejado de forma fatal em 2013, no Mato Grosso do Sul, durante ação das polícias Federal e Militar.

Por fim, alertamos que a ação policial acabou expondo ainda mais os Pankararu às violências que secularmente sofrem e fragilizando o processo de desintrusão da terra indígena. Ao invés de responsabilizarem a Polícia Militar e o governo que a jogou contra os posseiros, a opinião pública tem criminalizado os Pankararu, também vítimas de um Estado cada vez mais raivoso contra as populações mais vulneráveis.

Recife, 14 de setembro de 2018

Cimi Regional Nordeste

Nota contra o Parecer 001 da AGU

Nota contra o Parecer 001 da AGU

A Mobilização Nacional Indígena (MNI), espaço de articulação de organizações indígenas, indigenistas e ambientalistas, com o apoio de outras organizações da sociedade civil, abaixo assinadas, vêm a público manifestar uma vez mais o seu profundo repúdio à posição intransigente do atual governo no ataque aos direitos dos povos originários deste país. Desde que assumiu o seu posto como chefe do Executivo nacional, Michel Temer tem promovido uma política indigenista subserviente aos interesses do capital, principalmente da bancada ruralista do Congresso Nacional, e dirigida à violação das garantias previstas na Constituição. A manifestação mais clara destas suas intenções veio a público com as digitais do próprio Presidente da República e de sua Ministra, a Advogada Geral da União, Grace Mendonça: o Parecer Vinculante nº 001/2017.

Publicado em julho de 2017, o referido Parecer transforma em regra a tese político-jurídica do marco temporal – segundo a qual só poderiam ser demarcadas as terras que estivessem sob posse das comunidades indígenas na data de 5 de outubro de 1988 – legalizando e legitimando o esbulho, a violência e as violações de que os povos indígenas foram vítimas antes de 1988.

Não é a primeira vez que manifestamos nosso repúdio a este Parecer genocida e antidemarcação das terras indígenas. Mobilizados no Acampamento Terra Livre (ATL), realizado em Brasília de 23 a 27 de abril deste ano, cerca de duas mil lideranças indígenas foram à sede da Advocacia Geral da União (AGU) para exigir a revogação imediata do Parecer 001. Naquela oportunidade, uma comissão de lideranças indígenas foi recebida por representantes da AGU, do Ministério da Justiça (MJ), da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Ministério Público Federal (MPF). As lideranças tiveram a oportunidade de manifestar de forma enfática e firme a demanda do movimento indígena: a revogação do Parecer Vinculante nº 001. 

Na ocasião, como era esperado de uma integrante de alto escalão do governo Temer alinhada com os interesses da bancada ruralista, a Ministra-Chefe da AGU expressou sua total indisposição para a revogação do Parecer 001/2017. E pior, com cinismo, seguiu defendendo a normativa com o argumento falacioso de que este Parecer não fere o direito dos povos indígenas e que visa dar maior segurança jurídica à demarcação das terras indígenas. 

Ignorando dados técnicos apresentados por integrantes do próprio governo que apontam que o Parecer tem, de fato, paralisado as demarcações; o apelo do Ministério Público Federal que, através de documentos, demonstrou a inconstitucionalidade do Parecer; e os apelos das lideranças, que fizeram testemunhos sobreo aumento da violência contra as comunidades indígenas, a Ministra não só recusou-se a discutir a revogação do Parecer 001/2017, como resolveu criar um Grupo de Trabalho (GT) para “aprimorar” os entendimentos sobre ele, à revelia da posição das lideranças indígenas. 

Criado como subterfúgio, esse Grupo de Trabalho representa mais uma manobra política da Ministra Grace Mendonça e do governo Temer para prorrogar a vigência deste Parecer, e consequentemente, manter a paralisação e o fim das demarcações das terras indígenas. Prova explícita desta intenção é a recente decisão do Ministro da Justiça Torquato Jardim (Despacho n.º 2563/2018/GM, 19 de junho de 2018) que determinou que os processos de demarcação de terras indígenas, em análise naquele ministério, permaneçam paralisados até as conclusões desse famigerado Grupo de Trabalho. 

As atas das primeiras reuniões do GT revelam que a Ministra insiste em sustentar seu Parecer. Grace Mendonça e Michel Temer querem “melhorar” o entendimento da norma, sem margem para sua revogação. Como será possível aprimorar um Parecer criado em manifesta contradição e oposição à Constituição Federal?

As consequências são evidentes: a paralisação ou o fim das demarcações das terras indígenas no país (portarias declaratórias e homologações não efetuadas); o retorno à Funai de procedimentos demarcatórios para novos estudos; a obrigatoriedade para servidores aplicarem o Parecer, portanto, imobilizando-os em suas funções; decisões judiciais favoráveis aos invasores das terras indígenas; e o acirramento da violência contra os povos indígenas nos territórios, agravando ainda mais os processos de criminalização, perseguição e assassinato de lideranças indígenas.

Por estas razões, além de manifestar o nosso repúdio, exigimos uma vez mais, em consonância com as reivindicações dos povos e das organizações indígenas do Brasil, a imediata revogação do Parecer nº 001/2017.

 

Brasília – DF, 09 de agosto de 2018.

 

APIB – Articulação dos Povos Indígenas do Brasil

CTI – Centro de Trabalho Indigenista

CIMI – Conselho Indigenista Missionário

RCA – Rede de Cooperação Amazônica

Iepé – Instituto de Pesquisa e Formação Indígena

MOPIC – Mobilização dos Povos do Cerrado

ISA – Instituto Socioambiental

UNIX – União Indígena Xerente

Associação Wyty Cate das Comunidades Timbira do Maranhão e Tocantins

IEB – Instituto de Educação Internacional do Brasil

Greenpeace

OPAN – Operação Amazônia Nativa

Uma Gota no Oceano

INESC – Instituto de Estudos Socioeconômicos

Associação Floresta Protegida

INA – Indigenistas Associados

ISPN – Instituto Sociedade, População e Natureza

CPI-AC – Comissão Pró Índio Acre

FOIRN – Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro

HAY – Hutukara Associação Yanomami

AMIN – Associação das Mulheres Indígenas em Mutirão

OPIAC – Organização dos Professores Indígenas no Acre

AMAAIAC – Associação do Movimento dos Agentes Agroflorestais Indígenas do Estado do Acre

COAPIMA – Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão

AMIMA – Articulação das Mulheres Indígenas do Maranhão

Associação Brasileira de Estudos Sociais das Ciências e das Tecnologias

MUPOIBA – Movimento Unido de Organizações e Povos Indígenas da Bahia

AÇÃO BAHIA – Instituto dos Povos Indígenas da Bahia

Associação Cultural Indígena Tupinambá de Olivença

AHIAV – Associação Hãhãhãe Indígena de Água Vermelha

Associação Indígena da Serra do Padeiro

Centro de Estudos e Pesquisas Intercultural e da Temática Indígena da UNEB

CIR – Conselho Indígena de Roraima

APOINME – Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo

COIAB – Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira

FEPIPA – Federação dos Povos Indígenas do Pará

AIKATUK – Associação Indígena Katxuyana, Tunayana e Kahyana

CGY – Comissão Guarani Yvyrupa

ARPINSUL – Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul

APOIANP – Articulação dos Povos Indígenas do Amapá e Norte do Pará

COIPAM – Coordenação das Organizações e Povos Indígenas do Amazonas

AAIUnB – Associação dos Acadêmicos Indígenas da UnB

UMIAB – União das Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira

Conselho do Povo Terena

Laboratório de Antropologias da T/terra da UnB

AITOAT – Associação Indígena Tupinambá de Olivença da Aldeia Tukum

Irmãzinhas da Imaculada Conceição

COPIME – Coordenação dos Povos Indígenas de Manaus e Entorno

COIPAM – Coordenação das Organizações e Povos Indígenas do Amazonas

OPIRR – Organização dos Professores Indígenas de Roraima

FOREEIA – Fórum de Educação Escolar Indígena do Amazonas

CPI-SP – Comissão Pró Índio de São Paulo

MPKK – Movimento do Patriarcado Cacicado Geral do Povo Kokama (Kukami-Kukamiria) do Brasil

TWRK – Federação Indígena do Povo Kukami-Kukamiria do Brasil, Peru e Colômbia

CGPIKKTBT – Cacicado Geral do Povo Kokama do Município de Tabatinga

PTKRKTT – Comunidade Indígena Kokama da Área Urbana Tabatinga

COIKAS – Coordenação das Organizações Indígenas Kaixanas do Alto Rio Solimões

FOCIMP – Federação as Organizações Indígenas do Médio Purus

Centro de Direitos Humanos Dom Máximo de Cáceres

NAJUP/MS – Núcleo de Defesa e Assessoria Jurídica Popular de MS

OKAS – Organização dos Kambeba do Alto Solimões

Associação Indígena Comunitária Wirazu (Guajajara)

Aty Guasu Kaiowá Guarani

CNBB Norte 3

Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Social Transformadora – CNBB Norte 3

Associação Indígena do Povo Tuxá – Aldeia Mãe

OPIPAM – Organização do Povo Indígena Parintintin do Amazonas

APITEM – Associação do Povo Indígena Tenharin Morõgita

APITIPRE – Associação do Povo Indígena Tenharin do Igarapé Preto

APIJ – Associação do Povo Indígena Jiahui

Associação Ka’apor Ta Hury do Rio Gurupi

OGCCIPC – Organização Geral dos Caciques das Comunidades Indígenas do Povo Kokama

ATIX – Associação da Terra Indígena Xingu

APMIG – Associação de Pais e Mestres Indígenas Guajajara

FEPOIMT – Federação dos Povos e Organizações Indígenas do MT

Província Irmã Amabile Avosani de Porto Velho/RO

Irmãs do Sagrado Coração de Jesus Província do Brasil

Irmãs Catequistas Franciscanas Província de MT

Pastoral Indigenista da Diocese de Foz do Iguaçu

CEBs da Regional Sul II da CNBB

Pastoral da Juventude Regional Sul II da CNBB

PEMPXÁ – Associação União das Aldeias Apinajé

Conselho do Povo Akroa-Gamella (Território Taquaritiua)

OAMI – Organização das Aldeias Marubo do Rio Ituí

FNEEI – Fórum Nacional de Educação Escolar Indígena de MS

Movimento Associativo Indígena Payayá

Conselho do Povo Kinikinau

UJP – União da Juventude Pankararu

CAJI – Comissão de Articulação da Juventude Indígena

Instituto de Saberes Tradicionais do Brasil

CAI – Comissão de Assuntos Indígenas da ABA – Associação Brasileira de Antropologia

Rede de Juventude Indígena

Comissão Nacional de Juventude Indígena

MIQCB – Movimento Interestadual das Quebradeiras de Côco Babaçu

Conselho do Povo Tremembé de Raposa no MA

Teia de Povos e Comunidades Tradicionais do MA

Conselho Parakanã da TI Apyterewa

Teia dos Povos da Cabrunca e Mata Atlântica da Bahia

Pastoral Indigenista da Prelazia do Xingu – PA

CPEI – Centro de Pesquisa em Etnologia Indígena da UNICAMP

Micro Fórum de Luta por Terra, Trabalho e Cidadania da Região Cacaueira – BA

CCP – Conselho de Cidadania Permanente de Itabuna

Associação Cultural Territorial e Ambiental Indígena da Aldeia Igalha

Associação de Marisqueira e Pescadores Indígenas Tupinambá de Acuipe de Baixo

Associação Socioambiental Tupinambá da Aldeia Tamandaré

Caciques Tupinambá Reunidos na Aldeia Siriyba

ACIGMA – Associação das Comunidades Indígenas Gavião do MA

Instituto Makarapy

SEDUUME – Associação Wanasseduume Ye’kwana

AATR – Associação de Advogados de Trabalhadores Rurais

ABJD – Associação Brasileira de Juristas pela Democracia

Associação dos Advogados e Advogadas de São Paulo

Comissão Dominicana de Justiça e Paz do Brasil

Congregação das Irmãs Dominicanas de Nossa Senhora do Rosário de Monteils

APOINKK – Associação do Povo Indígena Krahô-Canela

GEDMMA – Grupo de Estudo Desenvolvimento, Modernidade e Meio Ambiente da UFMA

Via Campesina Brasil

OPIXA – Organização do Povo Indígena Xakriabá

MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do MA

CEGeT – Centro de Estudos de Geografia do Trabalho

Associação Angrôkrer do Povo Mebengokrê-Kayapó do PA

AITCAR – Associação Indígena Tapuia do Carretão

Associação Indígena Comunitária Maynumy (Guajajara TI Rio Pindaré)

NERA – Núcleo de Estudos e Pesquisas em Questões Agrárias da UFMA

CPT – Comissão Pastoral da Terra

SITUOKORE – Organização das Mulheres Indígenas do Acre e Sul do Amazonas

O povo Pankararu quer de volta suas terras

O povo Pankararu quer de volta suas terras

 

O povo Pankararu, do sertão pernambucano, hoje localizado entre os municípios de Tacaratu, Petrolândia e Jatobá, tem como primeiro registro de aldeamento em 1700, de acordo com a carta régia de 1703. Com 100 anos depois da criação do agrupamento do Brejo dos Padres, em 1877, Dom Pedro II, em viagem pelo Rio São Francisco fez a doação de uma sesmaria, ou seja, uma légua em quadra, 14.294 hectares marcada a partir da igreja que está no Brejo dos Padres. Esse foi o forte argumento para o reconhecimento étnico e para dar inicio ao processo de demarcação. Em 1940, no entanto, os limites das terras reivindicados não foram respeitados e o território foi reduzido de mais de 14.000 hectares iniciais por 8.100 hectares oficialmente reconhecidos. O povo Pankararu intensificou a batalha na justiça pelo reconhecimento correto de seu território e pela saída de posseiros de suas terras.

Em 1984, a FUNAI propõe ao órgão corrigir a diminuição realizada em 1940, elevando o tamanho territorial para 14.294 hectares, no entanto, até hoje o território Pankararu continua sendo de 8.100 hectares. Apenas em 1993, por força de uma ação civil pública movida pela Procuradoria da República, a Justiça decide pela retirada de doze famílias de posseiros, identificados como suas principais lideranças, na tentativa de viabilizar as demais retiradas, mas os posseiros recorrem e ganham a suspensão da decisão, voltando a situação indefinida anterior, um processo que já dura 25 anos e percorreu as três instancias de justiça do país e em todas as demais decisões se deu ganho de causa ao povo Pankararu.

Em 14 de fevereiro de 2017, o juiz da 38 Vara Federal de Serra Talhada, determinou o cumprimento da execução pela saída imediata dos posseiros, dando um prazo máximo de 12 meses para concluir a desocupação das mais de 300 famílias de não indígenas que hoje ocupam 20% do território Pankararu. Agora, em 2018, determinou a saída dos posseiros por força policial e determinou que a PF e PM executasse a retirada sob pena de multa diária de R$ 2,000 a cada dia que a ordem não for executada. Em março de 2018, a Justiça Federal estendeu, novamente, o prazo por mais 45 dias para a saída de forma pacífica por parte dos posseiros, mas poucos aceitam os termos de acordos, as indenizações e os novos territórios onde serão alojados e a demora dos órgãos competentes em atender as demandas dos posseiros está a cada dia colocando indígenas e posseiros em risco.

Os órgão competentes precisam agilizar essa desocupação de forma organizada e digna para aqueles que irão sair e não deixar que esse prazo acabe se estendendo por mais 25 anos. Os conflitos locais entre posseiros e indígenas estão cada vez mais reais e se instala uma sensação de guerra no ar. As lideranças indígenas tem suas casa vigiadas por câmeras de segurança e não deixam a aldeia sozinhos e muitos deles preferem não sair da aldeia, pois nas cidades vizinhas o discurso de ódio contra o povo Pankararu está a cada dia aumentando e gerando desconforto e insegurança em todos que se identificam como indígena. Poucos sabem a realidade, a história e as batalhas que o povo Pankararu vem bravamente resistindo por séculos de opressão e injustiças sociais e hoje, depois de 25 anos de espera pela garantia de posse total de seu território, ainda não se pode comemorar a conquista. Hoje os Pankararus são cerca de 7.200 pessoas em 8.100 hectares de reserva, daqui 50 anos serão mais 7, 8 mil indígenas dentro do mesmo território. Que o direito a terra seja garantido para essa e as próximas gerações e que encontremos uma forma saudável de convivência, indígenas ou não, baseados no respeito e na paz entre todos.

#PeloDireitoePeloRespeitoPankararu

Agradecimentos pelo apoio ao ATL 2018

Agradecimentos pelo apoio ao ATL 2018

A todos e todas os/as que possibilitaram a realização do Acampamento Terra Livre 2018:

parentes e parentas indígenas, lideranças e organizações indígenas, entidades de apoio – indigenistas e socioambientais -, parlamentares, voluntários e colaboradores

 

Prezadxs,

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) vem por meio da presente manifestar a tod@s vocês o seu profundo agradecimento pelo apoio que segundo as suas possibilidades cada um/uma ofereceu ao nosso movimento para a realização, entre os dias 23 e 27 de abril de 2018, do 15º. Acampamento Terra Livre (ATL): “Unificar as lutas em defesa do Brasil Indígena, pela garantia dos direitos originários de nossos povos – Demarcação Já!”.

O Acampamento que superou as expectativas, com mais de 4.000 participantes, permitiu explicitar junto ao poder público a indignação e revolta dos nossos povos contra a falência da política indigenista, principalmente o enterro que o governo ilegítimo de Michel Temer fez das políticas sociais, especificas e diferenciadas, que a Constituição Federal de 1988 assegurou aos nossos povos e comunidades, a começar pela demarcação e proteção das nossas terras, territórios e bens naturais.

Foi diante desse cenário sombrio de extermínio dos nossos direitos, que o ATL exigiu dos distintos poderes do Estado dentre outras as seguintes reivindicações: revogação imediata do Parecer 001/2017 da AGU e da Emenda Constitucional 95, que congela para os próximos 20 anos o orçamento público; demarcação e proteção de todas as terras indígenas, com especial atenção às terras dos povos isolados e de recente contato, assegurando o fortalecimento institucional da FUNAI; dotação orçamentária necessária, com recursos públicos, para as políticas de gestão ambiental e territorial, da saúde e da educação escolar indígena; arquivamento de todas as iniciativas legislativas que atentam contra os nossos povos e territórios; defesa dos nossos direitos fundamentais pelas distintas instâncias do poder Judiciário e outros órgãos do Executivo; fim da violência, da criminalização e discriminação contra os nossos povos e lideranças; e aplicabilidade dos tratados internacionais assinados pelo Brasil, de modo especial a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que estabelece o direito dos nossos povos à consulta livre, prévia e informada sobre quaisquer medidas administrativas ou legislativas que os afetem.

Assim os nossos povos e organizações demonstram mais uma vez que estão decididos a continuar resistindo e não admitir o avanço deste novo projeto expansionista, criminoso e de morte: genocida, de esbulho e usurpação que os donos e comparsas do capital internacional e nacional pretendem consumar. Força e coragem! Firmes na luta!

 

Até o próximo Acampamento Terra Livre!

 

Brasília, 04 de maio de 2018

Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – APIB